Economia

BC vê inflação de 4,4% em 2012, abaixo do centro do meta

Previsão do Banco Central coloca a inflação em 5,2% em 2013

O BC também informou que a chance de a inflação estourar o teto da meta - de 4,5% pelo IPCA - é de 3% em 2012 (Divulgação/Banco Central)

O BC também informou que a chance de a inflação estourar o teto da meta - de 4,5% pelo IPCA - é de 3% em 2012 (Divulgação/Banco Central)

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Da Redação

Publicado em 29 de março de 2012 às 09h43.

São Paulo - O Banco Central prevê que a inflação deste ano ficará abaixo do centro da meta oficial -de 4,5 por cento pelo IPCA- devido à desaceleração da atividade econômica interna e à maior deterioração do cenário global. Para 2013, no entanto, a autoridade monetária piorou suas estimativas.

Segundo o Relatório Trimestral de Inflação da autoridade monetária divulgado nesta quinta-feira, a estimativa é de inflação de 4,4 por cento neste ano pelo cenário de referência -com juros constantes em 9,75 por cento e dólar 1,75 real. E, para o ano seguinte, o BC vê agora que o IPCA ficará em 5,2 por cento. No relatório anterior, de dezembro passado, as estimativas tanto para este quanto o próximo ano estavam em 4,7 por cento.

O BC avalia que o Brasil está crescendo abaixo do seu potencial e que, pelo seu cenário central, "contempla ritmo moderado da atividade econômica doméstica no curto prazo, com tendência de aceleração ao longo deste ano." Além disso, o BC avalia que as importações estão contribuindo para a contenção dos preços no mercado interno.

"As compras de produtos externos reduz a demanda nos mercados de insumos domésticos e, dessa forma, contribui para arrefecimento de pressões de custos e eventuais repasses para os preços ao consumidor", informou o documento.

O BC manteve ainda em 3,5 por cento a previsão para o crescimento da economia brasileira neste ano, abaixo do previsto pelo governo, na casa de 4 por cento.

O BC também informou que a chance de a inflação estourar o teto da meta é de 3 por cento em 2012 e em torno de 22 por cento no ano que vem pelo cenário de referência. No documento anterior, estava em 54 por cento e "em torno" de 10 por cento, respectivamente.

No documento, a autoridade monetária voltou a frisar que a taxa Selic vai cair para patamares "ligeiramente acima" de 8,75 por cento ao ano, mínimo histórico que vigorou entre julho de 2009 a abril de 2010, e se estabilizar, como trouxe a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada em meados de março. .

Selic

No início de março, o BC acelerou o passo ao reduzir a Selic em 0,75 ponto percentual, para os atuais 9,75 por cento ao ano. Na avaliação do mercado, segundo mostrou a pesquisa Focus, a Selic deve ir a 9 por cento em abril -quando o Copom se reúne novamente.

O economista-chefe da Prosper Corretora, Eduardo Velho, frisou que o aumento da inflação em 2013 indica uma piora da previsão dos preços. Com isso, na avaliação dele, o BC reduz a Selic em abril, mantém a taxa estabilizada até dezembro. "Isso indica uma possível alta do juros em 2013", afirmou Velho.


A grande preocupação do governo é estimular a economia e garantir um crescimento na casa de 4 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. Em 2011, a economia brasileira cresceu apenas 2,7 por cento, puxado por um mau desempenho da indústria.

Para tanto, a equipe da presidente Dilma Rousseff tem deixado claro que vai anunciar mais medidas para acelerar o crescimento da atividade, sobretudo na indústria. Na última sexta-feira, por exemplo, o governo prorrogou a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para a linha branca, além de incluir outros setores no benefício.

O próprio presidente do BC, Alexandre Tombini, afirmou que a economia brasileira vai acelerar em 2012, e ainda mais em 2013. Ele defende que, mesmo assim, a inflação deve convergir para o centro da meta no final deste ano.

Dados recentes mostram que os preços estão menos pressionados. Por exemplo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) -considerado uma prévia da inflação oficial- subiu 0,25 por cento em março, abaixo das expectativas e mostrando uma forte desaceleração ante a alta de 0,53 por cento registrada em fevereiro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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