Economia

BC da Suíça deixa mais cara a vida dos convidados de Davos

BNS voltou a adotar o câmbio flutuante, uma decisão que chocou os mercados e levou à queda da bolsa e supervalorização do franco

Competitividade (Getty Images)

Competitividade (Getty Images)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 16 de janeiro de 2015 às 14h44.

São Paulo - A geralmente previsível Suíça chocou os mercados ontem. Com uma pequena nota, o Banco Nacional Suíço (BNS) anunciou o fim da cotação mínima de 1,20 franco por euro adotada há 3 anos. 

Na época, o BNS estava preocupado com a supervalorização do franco e queria garantir que dele continuasse relativamente fraco (e competitivo). Agora, a economia "se ajustou" e o país tem condições de voltar para o câmbio flutuante, diz o banco. 

Há uma grande expectativa de que o Banco Central Europeu (BCE) lance uma nova rodada de estímulo econômico na semana que vem, e ficaria caro demais defender a cotação alta diante de uma avalanche de recursos.

Para desestimular os especuladores e evitar um aperto exagerado, a Suíça também empurrou suas taxas de juros para território ainda mais negativo: de -0,25% para -0,75%.

O mercado respondeu com uma queda de 10% na bolsa e uma valorização de 30% do franco em relação ao euro em questão de minutos. 

A alta acabou sendo menos intensa, mas a tendência é mesmo de um franco mais forte, o que vai deixar relativamente mais cara a vida de quem vai visitar o país e ainda não comprou os seus.

Neste grupo está toda a nata da elite econômica e financeira mundial, que desembarca quarta-feira na cidade de Davos para a 45ª edição do Fórum Econômico Mundial. Entre eles, o presidente do Banco Central Alexandre Tombini e o ministro da Fazenda Joaquim Levy.

A decisão também terá consequências para a economia suíça: o UBS prevê uma queda de 20% das exportações e de 0,7 ponto percentual no crescimento.

Isso sem falar no baque em países do leste europeu com hipotecas vinculadas ao franco, como a Polônia. No Twitter, um usuário lembrou que a Suíça tem tido um dos maiores superávits em conta corrente do mundo, "sugando" recursos da economia global:

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