Economia

BC reduz sigilo das apresentações do Copom de 15 para 8 anos

Com essa medida, um grande volume de dados das reuniões do Comitê entre 2003 e 2014 foi publicado na página do BC na internet

BC: a medida foi determinada pelo presidente do BC, Ilan Goldfajn, em 31 de janeiro (Gustavo Gomes/Bloomberg)

BC: a medida foi determinada pelo presidente do BC, Ilan Goldfajn, em 31 de janeiro (Gustavo Gomes/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de março de 2018 às 16h02.

Brasília - Sem alarde, o Banco Central flexibilizou regras sobre a publicação de documentos sigilosos das reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom). Com essa medida, um grande volume de dados das reuniões do Comitê entre 2003 e 2014 foi publicado na página do BC na internet. A medida foi determinada pelo presidente do BC, Ilan Goldfajn, em 31 de janeiro, mas não foi anunciada à imprensa.

A decisão de Ilan reduziu em menos da metade o tempo para o acesso público aos documentos sigilosos que servem de base para as decisões do Copom. Apresentações da diretoria feitas no segundo dia das reuniões do Copom tiveram o sigilo reduzido de 15 anos para oito anos. As apresentações do primeiro dia dessas mesmas reuniões continuam com prazo de restrição de quatro anos.

A decisão foi anunciada em uma newsletter produzida pelo BC para divulgar o trabalho da instituição, a "Conexão Real com o BC". Segundo a publicação distribuída nesta quarta-feira, a decisão sobre o sigilo das reuniões do Copom "segue a linha da transparência ativa e respeita a obrigação legal de proteção de informações sensíveis de acordo com a percepção de risco".

A ouvidoria do BC identificou 176 apresentações do Copom que precisam ser analisadas, sendo que 45 já tinham sido publicadas porque o prazo de 15 anos já havia corrido.

"Das 131 apresentações restantes, 68 foram desclassificadas e disponibilizadas no site do BC, enquanto 63 tiveram seus respectivos prazos de restrição reduzidos e serão liberadas em transparência ativa quando completarem os oito anos desde a realização da reunião", disse o ouvidor do BC, Aloisio Tupinambá.

A newsletter cita que a decisão de reduzir o prazo de sigilo foi tomada após a análise de que esse período "não deveria ser tão curto a ponto de permitir interpretações equivocadas e consequentes especulações de mercado", mas não deveria ser longo "a ponto de provocar incompreensão ou insegurança por parte dos órgãos de controle, dos agentes de mercado e da sociedade em relação ao próprio mecanismo".

As apresentações feitas durante as reuniões do Copom podem ser consultadas no site do BC.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralCopom

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto