O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini: ele já havia adiantado que a expectativa para o rombo na conta corrente ficaria abaixo de US$ 30 bilhões (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 23 de março de 2016 às 12h33.
Brasília - O Banco Central revisou nesta quarta-feira, 23, suas projeções para o comportamento do quadro do setor externo de 2016.
A previsão para o rombo das transações correntes deste ano passou de US$ 41 bilhões para US$ 25 bilhões. O número revisado é 39% menor que a projeção anterior, apresentada em dezembro do ano passado.
Na terça-feira, 22, em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, já havia adiantado que a expectativa para o rombo na conta corrente ficaria abaixo de US$ 30 bilhões.
No caso da balança comercial, a expectativa do BC melhorou em 33%, de um saldo positivo de US$ 30 bilhões para um superávit de US$ 40 bilhões em 2016.
Esse resultado será formado, de acordo com o BC, por exportações de US$ 190 bilhões, mesmo volume da última previsão, e importações de US$ 150 bilhões, contra US$ 160 bilhões previstos anteriormente.
Mesmo com a perda do grau de investimento brasileiro pelas agências de classificação de risco (Standard & Poors, Fitch e Moody's), o BC acredita que o Investimento Direto no País (IDP) seguirá forte e projeta os mesmos US$ 60 bilhões de entradas neste ano, como na última projeção.
O volume será, portanto, mais do que suficiente para cobrir o déficit externo de 2016.
Na avaliação do BC, dólar e economia fraca continuarão a pesar na decisão do brasileiro de viajar para o exterior e projeta gastos de US$ 6 bilhões. No documento de dezembro, o valor previsto era de US$ 9 bilhões.
A autoridade monetária também revisou sua expectativa para gasto com juro em 2016, que será de US$ 21,7 bilhões, ante US$ 20,9 bilhões da última projeção. Sobre a remessa de lucros e dividendos ao longo do ano que vem, a projeção do BC agora é de saída de US$ 18 bilhões em 2016, contra US$ 20 bilhões da previsão anterior.
A autarquia previu ainda que o investimento em ações de 2016 será de US$ 4 bilhões, ante US$ 6 bilhões apresentados em dezembro. Já para renda fixa, o BC estima uma conta zerada ante previsão de US$ 6 bilhões da última apresentação.