Economia

BC prevê desaceleração em todos os setores da economia

O PIB da agricultura vai despencar de 7% para 2,8% este ano, enquanto o PIB da indústria cairá de uma alta de 1,3% para uma queda de 0,4%


	Serviços: o setor de serviços terá um crescimento de 2%
 (foto/Getty Images)

Serviços: o setor de serviços terá um crescimento de 2% (foto/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 26 de junho de 2014 às 10h17.

Brasília - Em linha com a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que sinalizou preocupação com o baixo crescimento da economia brasileira em 2014, o Banco Central (BC) previu no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) divulgado nesta quinta-feira, 26, desaceleração das previsões de crescimento de todos os setores da economia em 2014.

Pelos novas projeções do BC, o PIB da agricultura vai despencar de 7% em 2013 para 2,8% este ano. Já o PIB da indústria cairá de uma alta de 1,3% para uma queda de 0,4% .

O setor de serviços terá um crescimento de 2%, se mantendo estável em relação a 2013, mas com recuo ante a projeção anterior, que era de alta de 2,2%.

O relatório também mudou a avaliação sobre o crescimento, como já estava indicado na última ata do Copom. A avaliação muda de "gradual recuperação" para um ritmo de expansão da atividade "menos intenso" este ano em comparação a 2013.

O BC segue avaliando que mudanças importantes devem ocorrer na composição da demanda e da oferta agregada.

"Nesse contexto, considerando a variação em doze meses, nota que as taxas de expansão da absorção interna têm sido maiores do que as do PIB, mas estão convergindo", destaca o relatório trimestral.

O relatório também dá destaque ao fato de que o consumo tende a continuar em expansão em ritmo mais moderado do que observado em anos recentes e que os investimentos tendem a ganhar impulso.

O BC avalia ainda que, em prazos mais longos, emergem perspectivas mais favoráveis à competitividade da indústria, e também da agropecuária; ao mesmo tempo em que o setor de serviços tende a crescer a taxas menores do que as registradas em anos recentes.

Trabalho e Previdência

O Relatório trouxe um box sobre a formalização do mercado de trabalho, com uma aferição alternativa desse movimento, com base na contribuição para a Previdência.

De acordo com o documento, o indicador mais utilizado para se medir a formalização da mão-de-obra é a relação entre o número de empregos com carteira assinada e a quantidade de ocupados na economia.

Já a medida de formalização proposta pelo BC no box inclui todos os trabalhadores que possuam algum nível de contribuição previdenciária.

Ou seja, além dos empregados com carteira assinada, o box engloba empregadores, empregados sem carteira, militares, funcionários públicos estatutários e trabalhadores por conta própria.

Desta forma, a curva de formalização de acordo com essa metodologia alternativa é superior à identificada pela metodologia tradicional entre dezembro de 2003 e abril de 2014.

O BC destaca que o indicador de formalização normalmente usado é na verdade "um subconjunto" desse escopo mais abrangente tratado no box.

"A diferença entre os indicadores, após oscilar ao redor de 17 p.p. durante a maior parte do período, apresentou trajetória crescente a partir da metade de 2011 e atingiu 20 p.p. em abril de 2014", cita o documento.

De acordo com o BC, essa diferença se deve aos chamados efeito contribuição e efeito participação, e a conclusão é de que a variação esteve mais condicionada à maior geração de empregos em categorias de trabalhadores que contribuem para a previdência do que à adesão de novos trabalhadores a essa proteção, embora ambos os fatores tenham se mostrado significativos.

"As atividades com maior porcentual de contribuintes para a previdência, em abril de 2014, eram administração pública (90,5%), serviços (85,1%) e indústria (79,4%), enquanto as com menor porcentual eram serviços domésticos (51,0%) e construção civil (53,4%). Ressalte-se que o aumento de 19,7 p.p. no porcentual de contribuição na construção civil foi o mais acentuado no período", destacou o documento. 

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