Economia

BC pode usar instrumentos cambiais com parcimônia, diz Ilan

Ilan disse que autoridade monetária poderá usar com "parcimônia" os instrumentos cambiais e que poderá reduzir sua exposição a determinado instrumento cambial


	Ilan Goldfajn, presidente do Banco Central: ele voltou a repetir que o objetivo é mirar sempre no "ponto central" da meta de inflação
 (Agência Brasil/Marcelo Camargo)

Ilan Goldfajn, presidente do Banco Central: ele voltou a repetir que o objetivo é mirar sempre no "ponto central" da meta de inflação (Agência Brasil/Marcelo Camargo)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2016 às 17h15.

Brasília - O novo presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, disse nesta segunda-feira que a autoridade monetária poderá usar com "parcimônia" os ferramentas cambiais e reforçou o compromisso em levar a inflação para o centro da meta oficial do governo.

"Sem ferir o regime de câmbio flutuante, o Banco Central poderá utilizar com parcimônia as ferramentas cambiais de que dispõe", afirmou ele durante discurso na cerimônia de transmissão de cargo.

E completou: "nesse sentido, poderá reduzir sua exposição cambial em determinado instrumento em ritmo compatível com o normal funcionamento do mercado, quando e se estiverem presentes as adequadas condições", em referência ao estoque de swap cambial tradicional, equivalente a venda futura de dólares.

Semana passada, Ilan afirmou durante sabatina no Senado que iria respeitar o regime de câmbio flutuante, mensagem que foi entendida pelo mercado como sinal de que estaria bem menos propenso a fazer intervenções cambiais do que a gestão do ex-presidente do BC Alexandre Tombini. Com isso, o dólar chegou despencar para 3,3697 reais, menor patamar de fechamento em quase um ano.

Com a fala desta tarde, o dólar manteve-se nas máximas do dia, no patamar de 3,48 reais.

Ilan voltou a repetir que ainda o objetivo é mirar sempre no "ponto central" da meta de inflação, e que os limites de tolerância estabelecidos servem para acomodar choques inesperados.

"Enquanto a inflação retorna ao centro da meta após eventuais choques, é fundamental o gerenciamento das expectativas no sistema de metas, fator-chave de sucesso para esse regime (de metas de inflação), afirmou ele.

O novo presidente do BC também divulgou os nomes indicados para assumir importantes diretorias na autarquia, como Reinaldo Le Grazie, que estava como presidente da Bradesco Asset Management (Bram), para o comando da Política Monetária.

La Grazie assumiu o posto deixado vago na Bram por Joaquim Levy, após ter aceitado chefiar o Ministério da Fazenda no fim de 2014. Na leva de novos nomes, também foram indicados Carlos Viana de Carvalho para a diretoria Política Econômica e Tiago Berriel para a de Assuntos Internacionais. Ambos integram o quadro da PUC-RJ, onde Goldfajn fez mestrado em Economia e foi professor.

Ilan anunciou também Isaac Sidney Ferreira, atual procurador-geral do BC, para a diretoria de Relacionamento Institucional. Todos os indicados terão que passar por sabatina no Senado antes de assumir os postos.

Permanecem no BC os diretores Sidnei Corrêa Marques (Organização do Sistema Financeiro e Controle de Operações do Crédito Rural), Anthero Meirelles (Fiscalização), Otavio Damaso (Regulação) e Luiz Edson Feltrim, que deixará de acumular as diretorias de Relacionamento Institucional e de Administração para se dedicar exclusivamente à última.

Com a dança nas cadeiras, Ilan foi fiel a discurso anterior, de que buscaria combinar nomes do mercado com outros do quadro do BC.

Texto atualizado às 17h15
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