Economia

BC persegue centro da meta de inflação, diz Tombini

O presidente do BC disse que o realinhamento dos preços já está nas contas do BC, mas admitiu que "talvez" haja uma revisão dos preços "aqui e acolá"


	Alexandre Tombini, presidente do BC: "Não tem nada que nos condene a ter uma inflação acima do centro da meta"
 (Álvaro Motta/EXAME.com)

Alexandre Tombini, presidente do BC: "Não tem nada que nos condene a ter uma inflação acima do centro da meta" (Álvaro Motta/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 18 de março de 2014 às 15h36.

Brasília - O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou nesta terça-feira, 18, durante audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, que a atuação da instituição tem sido no sentido de permitir que o processo de mudanças de preços relativos seja suavizado.

Ele destacou que os preços administrados subiram 2 pontos porcentuais nos últimos três meses e previu que o aumento será de 4,5% este ano e em 2015.

O presidente do BC disse que o realinhamento dos preços já está nas contas do BC, mas admitiu que "talvez" haja uma revisão dos preços "aqui e acolá" no relatório de inflação que será divulgado no final do mês.

"Não tem nada que nos condene a ter uma inflação acima do centro da meta", disse Tombini. Segundo ele, o BC vai continuar a perseguir o centro da meta. "Vamos perseguir. Estivemos muito próximos em meados de 2012 do centro da meta", disse.

Segundo o presidente do BE, embora não esteja calcada nos mesmo parâmetros do IPCA, a inflação da Fipe encerrou o ano passado abaixo do centro da meta e está em 3,99% nos últimos 12 meses encerrados em fevereiro. "Continuamos perseguindo essa nossa meta", afirmou em audiência pública no Senado.

Ele afirmou também que a relação dívida líquida/PIB continua em trajetória descendente. "Não temos problema de sustentabilidade da dívida", afirmou. Segundo Tombini, o governo tem tomado todas medidas para fazer com que esse processo se consolide.

Ele afirmou ainda que a política fiscal está convergindo para uma posição de neutralidade do ponto de vista estrutural e não adiciona mais carga na demanda, de forma que a política monetária não tem que atuar para compensar a política fiscal.

Pressão

O presidente do BC explicou que o Brasil aumentou o mercado consumidor sem ampliar a produtividade, situação que tem colaborado para manter a inflação do país em nível elevado.

Ele avaliou ainda que o setor de serviços tem ganhado cada vez mais espaço na economia brasileira e que, por definição, tem produtividade diferente dos demais segmentos. "Olhando para frente, a agenda tem de ser de aumento da produtividade. Temos de revitalizar e expandir a nossa tão necessária infraestrutura em transporte e logística", disse.

Tombini defendeu que a economia não deve apenas agregar recursos humanos ao mercado, mas tornar o trabalho mais produtivo.

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