Economia

BC monitora impacto das bets na inadimplência, diz Campos Neto

Estudo divulgado pela autoridade esta semana mostra que brasileiros gastaram R$ 20 bilhões por mês com apostas e jogos online

Pix: método preferido para transações em apostas online no Brasil (Lula Marques/Agência Brasil)

Pix: método preferido para transações em apostas online no Brasil (Lula Marques/Agência Brasil)

Agência o Globo
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Publicado em 26 de setembro de 2024 às 16h20.

Última atualização em 26 de setembro de 2024 às 17h10.

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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que a instituição está monitorando os riscos de inadimplência associados ao aumento das apostas e jogos online no Brasil. Outro tema no radar, segundo Campos Neto, é o uso de carteiras digitais para mediar pagamentos com cartão de crédito. Em outras palavras, o apostador realiza um Pix para a plataforma de apostas, mas o valor é acrescentado na fatura do cartão cadastrado no aplicativo.

“Se tiver uma inadimplência grande na ponta, a gente vai ter que pensar o que isso significa para o Banco Central (...) Parece que o ticket médio tá aumentando muito”, declarou Campos Neto.

Movimentações financeiras nas apostas online

Campos Neto destacou que a maior parcela dos recursos é movimentada através do Pix, enquanto gastos no cartão de crédito representariam apenas de 10% a 15% do montante. O Instituto Brasileiro do Jogo Responsável (IBJR) aponta que esse percentual é ainda menor. Atualmente, 95% das transações acontecem via Pix, segundo a organização.

Empresas eliminam o uso de cartões de crédito

Na manhã  desta quinta-feira, 26, o IBJR, entidade que representa os principais operadores do setor de jogos e apostas no país, anunciou que todas as suas associadas (empresas que respondem por aproximadamente 70% do mercado nacional) decidiram extinguir voluntariamente o uso de cartões de crédito para apostas.

São elas:

Bet365, Betsson Group, Betway, Entain (SportingBet), Flutter (Betfair), Kaizen Gaming (Betano), KTO Group, Leo Vegas, Novibet, Rei do Pitaco, Skill on Net e Yolo Group (Sportsbet.io).

O presidente da Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL), Plínio Lemos Jorge, disse nesta quinta que a entidade faria a recomendação de antecipar a proibição de forma expressa para as bets.

O veto ao uso de cartões de crédito já estava previsto na regulamentação elaborada pelo Ministério da Fazenda, mas entraria em vigor apenas no ano que vem. No início da semana, associações do varejo nacional pediram ao governo a antecipação dessa medida, alegando que as apostas estariam drenando recursos que antes eram utilizados para o consumo.

Pix movimenta bilhões no setor de apostas

Anteontem, um levantamento feito pelo Banco Central (BC) mostrou que, somente via Pix, os brasileiros transferiram cerca de R$ 20 bilhões por mês para plataformas de apostas e cassinos on-line em 2024. Esse foi o primeiro estudo a dimensionar com maior clareza o tamanho desse mercado no país, seis anos após as bets serem descriminalizadas. Ontem, o ministro Fernando Haddad comparou a regulação dos jogos com a dos cigarros, sugerindo um controle mais rígido.

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