Gabriel Galípolo: segundo o presidente do BC, dados mostram que a economia mantém dinamismo alto, embora conviva com taxas de juros muito restritivas (Evaristo Sa/AFP)
Repórter especial de Macroeconomia
Publicado em 19 de maio de 2025 às 11h40.
O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, voltou a afirmar nesta segunda-feira, 19, que a taxa de juros, atualmente em 14,75% ao ano, ficará alta pelo período necessário para levar a inflação para a meta, de 3%. Galípolo também disse que não há qualquer debate no governo para que o Conselho Monetário Nacional (CMN) aumente a meta de inflação.
“O Banco Central demonstrou inequivocamente sua disposição de manter a taxa de juros em um patamar restritivo pelo período necessário. Essa é a comunicação que podemos fazer”, disse, durante participação em evento do banco Goldman Sachs.
Galípolo também afirmou parece estar precificado nas expectativas de inflação que o governo adotará medidas de estímulo caso ocorra uma desaceleração da economia.
"Quando você olha para a projeção de inflação, parece que isso explica parte dessa dinâmica. É uma expectativa de que possa haver alguma reação ou função do fiscal em relação à desaceleração da economia. Como você reage ou como você coloca a taxa de juros em diferentes níveis para reagir a uma política que ainda não está lá? É isso que é difícil de descobrir", disse.
A força da atividade econômica mesmo com juros altos também foi debatida pelo presidente do BC. Segundo ele, essa realidade sugere que os canais de transmissão da política podem não estar funcionando tão bem.
"Como você convive com taxas de juros em um nível que, para qualquer outra economia, seria muito restritivo? E, ainda assim, temos o menor desemprego da história. Temos uma série de dados que mostram uma economia que, embora conviva com taxas de juros muito restritivas, você vê um dinamismo alto. Isso sugere que os canais de transmissão da política monetária não estão funcionando tão bem quanto vemos na maioria dos nossos pares", disse.