Economia

BC mantém estimativa de US$ 80bi de investimentos diretos em 2018

De acordo com balanço divulgado hoje, esses investimentos fecharam 2017 em US$ 70,3 bilhões, valor abaixo dos US$ 75 bi projetados pelo BC para o ano

Banco Central: apesar das quedas nos investimentos de 2017, o BC projeta crescimento para 2018 (Adriano Machado/Reuters)

Banco Central: apesar das quedas nos investimentos de 2017, o BC projeta crescimento para 2018 (Adriano Machado/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 26 de janeiro de 2018 às 14h34.

Última atualização em 26 de janeiro de 2018 às 16h01.

O Banco Central mantém a estimativa de crescimento do investimento direto estrangeiro no país para 2018, mesmo em ano eleitoral, de US$ 80 bilhões.

De acordo com balanço divulgado hoje (26), esses investimentos fecharam 2017 em US$ 70,3 bilhões, valor abaixo dos US$ 75 bilhões projetados pelo BC para o ano. Foi também o menor patamar desde 2013, quando foram investidos US$ 69,7 bilhões no país.

"Em geral, temos visto que não tem ligação imediata e direta do calendário eleitoral e essas questões de incerteza com o fluxo de investimento direto, isso é mais comum para outros fluxos mais voláteis, como nas ações", disse o chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha. Ele destacou que em 2016, ano de eleições municipais, o investimento direto foi de US$ 78,2 bilhões. Em 2014, o investimento foi maior, de US$ 97,2 bilhões.

Apesar das quedas de 2017, o BC projeta crescimento para 2018. Na avaliação de Rocha, o resultado de 2017 "é sólido e bastante significativo".

O valor, segundo ele, fechou abaixo do esperado porque "alguns dos investimentos que imaginávamos que ocorreriam em dezembro não ocorreram. Ainda temos a perspectiva que ocorram ao longo do ano", disse

Os sinais de melhora ainda não devem ser sentidos em janeiro. Até o dia 24 desse mês, o investimento direto estava em US$ 2,4 bilhões.

O BC estima que o mês feche com um ingresso de US$ 3,5 bilhões no setor produtivo, valor abaixo de anos anteriores. Em 2017, que foi um ano atípico, foram investidos US$ 11,5 bilhões no mês, em 2016, US$ 5,4 bilhões, e em 2015, US$ 5,8 bilhões.

"Temos uma parcial, que significa pouco para o ano, temos 11 meses para correr e uma série de perspectiva de investimentos, concessões. Acho que esse dado, até agora, tem pouca aderência para a projeção de 2018 como um todo", disse Rocha.

No total, em 2017, as contas externas fecharam o ano com saldo negativo. O déficit em transações correntes, que são as compras e as vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda do país com o mundo, ficou negativo em US$ 9,8 bilhões. O valor equivale a 0,48% do Produto Interno Bruto (PIB).

Quando o país registra saldo negativo em transações correntes, precisa cobrir esse déficit com investimentos ou empréstimos no exterior.

A melhor forma de financiamento do saldo negativo é o investimento direto no país, devido à aplicação no setor produtivo.

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