Em mês de inflação explosiva, meta de 3% em 2024 entra no radar do BC e Ministério da Economia (Ueslei Marcelino/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 16 de dezembro de 2020 às 15h28.
Última atualização em 16 de dezembro de 2020 às 15h30.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, avaliou nesta quarta-feira, 16, que o Relatório Econômico de 2020 da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) sobre o Brasil traz mensagens que estão em consonância com o que autoridade monetária defende. "O governo brasileiro tem buscado transmitir importância da continuidade das reformas. Além disso, o relatório ressalta os benefícios de uma maior integração da economia brasileira, que está no centro da nossa atuação", afirmou, no evento de lançamento do documento.
Campos Neto citou as mais de 15 medidas tomadas pelo BC desde o começo da pandemia de covid-19, repetindo que o Brasil foi o país emergente que adotou as maiores em termos de liquidez. Ele elencou ainda as ações de crédito desenvolvidas pelo governo durante a crise.
O presidente do BC fez uma nova defesa da independência da instituição, já aprovada pelo Senado e enviada para a Câmara dos Deputados. "Um BC autônomo reduz o custo da política monetária. A literatura sugere que países com bancos centrais autônomos têm menos volatilidade", considerou.
Ele enfatizou a importância do projeto de modernização cambial, que segundo ele pode ser votado ainda nesta semana pela Câmara dos Deputados. "O PL cambial vai facilitar operações de empresas brasileiras", destacou.
Mais uma vez, o presidente do BC avaliou que a retomada da economia precisa ser sustentável e inclusiva. Ele reforçou ainda a responsabilidade socioambiental da instituição, além do lançamento de linhas de crédito verde para financiar projetos sustentáveis.
Campos Neto apontou ainda que o Brasil está próximo de ser o primeiro país não membro a adotar todos os códigos de liberalização da OCDE. "Essa é uma clara sinalização do comprometimento do Brasil com adesão à organização", concluiu.