Economia

BC fica fora do mercado de câmbio e juros sobem

Profissionais consideraram que um dólar mais alto traz pressão adicional para a inflação, o que fez as taxas dos contratos futuros de juros subirem


	O ministro da Fazenda, Guido Mantega, limitou-se a comentar que "o dólar é flutuante", o que elevou a pressão sobre o BC
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, limitou-se a comentar que "o dólar é flutuante", o que elevou a pressão sobre o BC (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 21 de março de 2013 às 17h34.

São Paulo - O fato de o Banco Central (BC) ter ficado fora do mercado de câmbio nesta quinta-feira, apesar de o dólar superar os R$ 2,00, repercutiu no mercado de juros. Profissionais consideraram que um dólar mais alto traz pressão adicional para a inflação, o que fez as taxas dos contratos futuros de juros subirem.

A expectativa de que o IPCA-15 de março, que será divulgado na sexta-feira possa vir pior que o esperado contribuiu para o movimento.

No encerramento da sessão regular, a taxa do contrato futuro de juros com vencimento em julho de 2013 estava em 7,18%, ante 7,19% da máxima e de 7,18% do ajuste de quarta-feira. O DI para janeiro de 2014 marcava 7,84%, ante 7,85% da máxima e 7,81% do ajuste, enquanto o vencimento para janeiro de 2015 tinha taxa de 8,59%, ante 8,61% da máxima e 8,54% do ajuste.

Na ponta mais longa, o DI para janeiro de 2017 marcava 9,42%, ante 9,45% na máxima e 9,34% do ajuste, enquanto o vencimento para janeiro de 2021 tinha taxa de 9,92%, ante 9,81% do ajuste anterior.

Pela manhã, as taxas oscilaram entre a estabilidade e pequenas quedas, em meio ao pessimismo externo. À tarde o dólar à vista superou os R$ 2,00 no balcão, com os investidores testando a disposição do BC em atuar para segurar a cotação. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, limitou-se a comentar que "o dólar é flutuante", o que elevou a pressão sobre o BC.

A autoridade monetária, no entanto, não atuou. "Se o Banco Central não pretende deixar o câmbio abaixo de R$ 2,00, isso traz pressão para a inflação e leva à alta da taxa de juros", comentou Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco WestLB do Brasil.

"O câmbio acima de R$ 2,00 eleva as apostas de aumento de juros em algum momento. Pode até não aumentar agora, mas aumenta lá na frente", acrescentou Maurício Nakahodo, consultor de pesquisas econômicas do Banco de Tokyo-Mitsubishi UFJ.

Um operador ouvido durante a tarde lembrou ainda que, na sexta-feira será divulgado o Índice Nacional de Preços ao Consumidor - 15 (IPCA-15) de março, bastante aguardado pelo mercado. Receios de que o indicador possa vir pior que o esperado circularam pelas mesas, o que reforçou a pressão de alta para as taxas dos DIs.

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