Economia

BC estima déficit em conta de US$ 8 bi em novembro

Para outubro, ele havia previsto um saldo negativo de US$ 6,6 bilhões


	BC: de acordo com Maciel, o déficit de outubro é maior para o mês da série histórica iniciada em 1980
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

BC: de acordo com Maciel, o déficit de outubro é maior para o mês da série histórica iniciada em 1980 (Ueslei Marcelino/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de novembro de 2014 às 11h06.

Brasília - O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, projetou nesta segunda-feira, 24, que o déficit das transações correntes de novembro deve ser de US$ 8 bilhões. Para outubro, ele havia previsto um saldo negativo de US$ 6,6 bilhões, mas acabou ficando em US$ 8,131 bilhões.

A diferença do mês passado foi atribuída ao desempenho da balança comercial, de acordo com o técnico. Ele salientou que, nos primeiros dias deste mês, o saldo comercial já mostra déficit elevado, daí a projeção maior para este mês.

Se a nova estimativa de Maciel para o mês de novembro for confirmada, a projeção do Banco Central para o resultado do ano, de US$ 80 bilhões, já será extrapolada.

Apesar disso, ele disse que não faria ajustes nas expectativas agora porque isso, tradicionalmente, só é feito em dezembro, quando é conhecido o dado de novembro. O técnico lembrou que dezembro é mês sazonalmente favorável para as contas externas.

Maciel disse também que o resultado da conta corrente em 12 meses, de 3,73% do Produto Interno Bruto (PIB) é o maior desde fevereiro 2002 (3,94%). Nesse período, o resultado está no vermelho em US$ 84,428 bilhões.

Outubro

De acordo com Maciel, o déficit de outubro é maior para o mês da série histórica iniciada em 1980. Ele acrescentou, porém, que, como os volumes antes dessa data eram menores, é possível considerar que é o maior desde 1947, quando o BC começou a levantar os dados de transações correntes.

O resultado de outubro, comentou o técnico, também ficou maior do que a previsão e também mais elevado do que o saldo do mesmo mês de 2013.

A balança comercial, segundo Maciel, voltou a ser a grande responsável pelo déficit maior das transações no mês passado.

Ele salientou que o preço das exportações recuou 4,2% de janeiro a outubro ante mesmo período de 2013.

"O preço das exportações recuou de forma significativa levando-se em conta o mesmo quantum", comentou.

Como exemplo, o economista citou que, nesse período, houve queda de 20% do preço de minério de ferro; 5% de soja, 9% de açúcar em bruto, 8% de celulose e 23% de milho.

Já o conjunto de preços importados nos primeiros dez meses do ano recuou de forma mais branda: 1,5%.

IED

O chefe do Departamento Econômico do BC disse também que o ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED) segue fluindo em níveis significativos para o Brasil, deixando o País em situação confortável para o financiamento do déficit em transações correntes.

Segundo ele, esses recursos, direcionados ao setor produtivo, financiam a maior parte do rombo externo, mas outras fontes de financiamento também têm apresentado bom fluxo, a exemplo das taxas de rolagem, que em outubro ficaram em 282%.

Maciel ainda disse que a expectativa do BC para novembro é de que o IED registre ingresso de US$ 4 bilhões, número que se confirmado vai deixar o País distante em US$ 7,8 bilhões da previsão da autoridade monetária para a entrada de investimentos no ano, projeção que está em US$ 63 bilhões.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralDéficit públicoMercado financeiro

Mais de Economia

Benefícios tributários farão governo abrir mão de R$ 543 bi em receitas em 2025

“Existe um problema social gerado pela atividade de apostas no Brasil”, diz secretário da Fazenda

Corte de juros pode aumentar otimismo dos consumidores nos EUA antes das eleições

Ministros apresentam a Lula relação de projetos para receber investimentos da China