Economia

BC está comprometido com inflação em 4,5%, diz Tombini

O presidente do Banco Central endureceu o discurso do combate à inflação e disse que a instituição está totalmente comprometida com a tarefa


	Presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini: a tarefa será trazer a inflação a 4,5% no fim de 2016, segundo Tombini
 (REUTERS/Sergio Moraes)

Presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini: a tarefa será trazer a inflação a 4,5% no fim de 2016, segundo Tombini (REUTERS/Sergio Moraes)

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Da Redação

Publicado em 22 de maio de 2015 às 16h35.

Rio de Janeiro - O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, endureceu nesta sexta-feira o discurso do combate à inflação, afirmando que o BC está totalmente comprometido com a tarefa de trazer a inflação a 4,5 por cento no fim de 2016 e que fará o que for necessário para tanto.

Em discurso de encerramento do seminário anual de metas para inflação da autarquia, no Rio de Janeiro, Tombini repetiu diversas vezes o termo vigilante para descrever a atual condução da política monetária pelo BC, dando sinais de nova elevação dos juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), a despeito da fraqueza da economia.

"A inflação, o Banco Central está totalmente comprometido com trazê-la para o nível de 4,5 por cento em dezembro de 2016", disse a jornalistas, após o fim do evento. "Esse é o compromisso do Banco Central e diante desse compromisso nós faremos o que for necessário para atingir essa meta", completou.

Na última reunião do Copom, o BC elevou a Selic em 0,5 ponto percentual, a 13,25 por cento ao ano, dando sequência ao ciclo de aperto monetário iniciado em outubro para debelar a alta de preços na economia.

Apesar do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ter ficado pela primeira vez no ano abaixo de 1 por cento em abril, na comparação mensal, em 12 meses o índice bateu em 8,17 por cento, nível mais alto em mais de 11 anos e bem acima do teto da meta do governo de 6,5 por cento.

Diante desse quadro, economistas vêm sucessivamente elevando sua projeção para a inflação de 2015, calcados sobretudo no impacto para a economia do ajuste de preços administrados e alta do dólar ante o real.

Em pesquisa Focus do BC divulgada na segunda-feira, a estimativa para o IPCA no ano chegou a 8,31 por cento.

RECADO 

Em seu discurso, Tombini assinalou primeiramente que a política monetária "foi, está e continuará vigilante" para assegurar que os efeitos dos ajustes de preços sobre a inflação fiquem circunscritos ao curto prazo.

Ao longo de sua fala, ele disse ainda ser "imprescindível" que a política monetária se mantenha vigilante, em sintonia com o conjunto da política macroeconômica, e que, como os avanços alcançados no combate à inflação ainda se mostram insuficientes, "faz-se necessário manter a política monetária vigilante".

Com o anúncio do contigenciamento de gastos não obrigatórios do governo marcado para esta sexta-feira, Tombini avaliou que "uma política consistente implementada com rigor ao longo do tempo favorece o trabalho do BC de atingimento da meta de inflação".

Segundo duas fontes do governo, os cortes no Orçamento da União de 2015 a serem anunciados na tarde desta sexta-feira somarão quase 70 bilhões de reais.

Tombini avaliou que a tempestividade e a consistência do conjunto de medidas tomadas pelo governo para atingir o superávit primário de 66,3 bilhões de reais este ano, correspondente a cerca de 1,1 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), ajudará a criar uma percepção positiva sobre o ambiente macroeconômico do país no médio e no longo prazo, fortalecendo a visão de maior sustentabilidade do balanço do setor público e assegurando uma trajetória favorável para a dívida pública.

Texto atualizado às 16h34

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