Economia

BC espera superávit de US$1,5 bi para setor externo em abril

Instituição pontuou ainda que o superávit na balança comercial em março, de US$ 5,974 bilhões, foi menor que o superávit de março do ano passado

Banco Central: instituição projeta um superávit em conta corrente de US$1,5 bilhão em abril (Ueslei Marcelino/Reuters)

Banco Central: instituição projeta um superávit em conta corrente de US$1,5 bilhão em abril (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 25 de abril de 2018 às 13h51.

Brasília - O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central (BC), Fernando Rocha, informou nesta quarta-feira, 25, ao apresentar as Estatísticas do Setor Externo, que a instituição projeta um superávit em conta corrente de US$ 1,5 bilhão em abril.

"O superávit, se ocorrer em abril, será maior que o de abril do ano passado, de US$ 1,1 bilhão", pontuou. Ainda assim, segundo ele, o cenário que parece desenhado é o de alta do déficit em transações correntes no ano.

Rocha lembrou que o resultado em transações correntes de janeiro e fevereiro foi melhor que o de janeiro e fevereiro do ano passado, mas algumas rubricas já apontavam para déficits maiores ao longo do ano, com a atividade doméstica crescendo.

"Em janeiro e fevereiro, tivemos receita de lucros e dividendos acima do esperado. Em março, na ausência disso, o superávit foi menor que no ano passado."

Rocha pontuou ainda que o superávit na balança comercial em março, de US$ 5,974 bilhões, foi menor que o superávit de US$ 6,931 bilhões de março do ano passado. "Isso ocorreu porque houve estabilidade das exportações, mas as importações em março deste ano cresceram cerca de US$ 1 bilhão", disse. "Uma das características da recuperação econômica é que aumenta a demanda por bens."

Diferenças ante 2017

O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central destacou que os resultados do balanço de pagamentos em março são similares aos de fevereiro. Já as razões para o superávit menor em março deste ano ante março do ano passado estão ligadas às importações maiores e às despesas com lucros e dividendos.

Conforme os dados do BC, houve superávit em conta corrente de US$ 798 milhões em março, abaixo do US$ 1,386 bilhão de março do ano passado. As importações somaram US$ 41,262 bilhões no último mês ante US$ 13,118 bilhões de março do ano passado.

No caso das remessas de lucros e dividendos, elas somaram US$ 2,882 bilhões em março ante US$ 1,874 bilhão em março do ano passado.

Rocha afirmou ainda que o resultado das transações correntes "parece consistente com projeção do BC para 2018". No acumulado do primeiro trimestre, as transações estão deficitárias em US$ 3,219 bilhões. A estimativa atual do BC, atualizada em março, é de que o rombo externo de 2018 seja de US$ 23,3 bilhões.

Viagens internacionais

A conta de viagens internacionais já acumula déficit de US$ 715 milhões no mês de abril. Dados preliminares divulgados mais cedo pelo Banco Central indicam que brasileiros gastaram US$ 1,113 bilhão em outros países durante o mês, enquanto estrangeiros pagaram US$ 397 milhões em passeios no Brasil. Não há estimativa para o resultado no mês.

Ao apresentar os dados preliminares, o chefe do departamento de estatísticas do BC, Fernando Rocha, mencionou que a conta de serviços do balanço de pagamentos continua com tendência alinhada com os resultados mais recentes. No trimestre, essa conta acumula déficit de US$ 8,108 bilhões por despesas como as viagens internacionais, transportes, serviços financeiros, seguros e aluguel de equipamentos.

O déficit do trimestre é o maior para o período dos três meses desde 2015. Esse desempenho, diz o técnico do BC, está em sintonia com os meses anteriores.

Pagamento de juros

O Chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central informou nesta quarta-feira que em abril, até o dia 23, a conta de pagamento de juros do balanço de pagamentos soma US$ 752 milhões. Já as remessas de lucros e dividendos no mesmo período atingiu US$ 744 milhões.

No caso da taxa de rolagem, o porcentual registrado em abril até o dia 23 está em 80%, sendo que 105% referem-se à rolagem de títulos e 76% a de empréstimos.

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