Economia

BC eleva previsão de inflação para 2013 na Ata do Copom

O documento avalia que, no curto prazo, a inflação em 12 meses ainda apresenta tendência de elevação e que o balanço de riscos para o cenário prospectivo se apresenta desfavorável


	A projeção para a inflação de 2013 subiu em relação ao valor considerado na reunião do Copom de abril e se posiciona acima do valor central de 4,5% para a meta fixada pelo CMN
 (REUTERS/Paulo Whitaker)

A projeção para a inflação de 2013 subiu em relação ao valor considerado na reunião do Copom de abril e se posiciona acima do valor central de 4,5% para a meta fixada pelo CMN (REUTERS/Paulo Whitaker)

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Da Redação

Publicado em 6 de junho de 2013 às 09h22.

Brasília - A ata da reunião do Comitê de Política Econômica (Copom) da semana passada, divulgada nesta quinta-feira, 6, pelo Banco Central, reitera que, em momentos como o atual, a política monetária deve se manter especialmente vigilante, de modo a minimizar riscos de que níveis elevados de inflação, como o observado nos últimos 12 meses, persistam no horizonte relevante para a política monetária.

Segundo o documento, o Copom avalia que, no curto prazo, a inflação em 12 meses ainda apresenta tendência de elevação e que o balanço de riscos para o cenário prospectivo se apresenta desfavorável.

O BC elevou de R$ 2,00 para R$ 2,05 a taxa com a qual trabalha para o câmbio e de 7,25% ao ano para 7,50% ao ano a da Selic. Essas hipóteses, de acordo com a Ata, serão consideradas "em todo o horizonte relevante".

Nesse cenário de referência, conforme o documento, a projeção para a inflação de 2013 subiu em relação ao valor considerado na reunião do Copom de abril e se posiciona acima do valor central de 4,5% para a meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O BC não informa, porém, qual é o porcentual exato.

No cenário de mercado, que leva em conta as trajetórias de câmbio e de juros coletadas pelo Banco Central com analistas de mercado às vésperas da reunião do Copom, a projeção de inflação para 2013 também aumentou e, da mesma forma, encontra-se acima do valor central da meta para a inflação.

Já para 2014, a projeção de inflação da autoridade monetária "pouco se alterou" em relação ao valor considerado na reunião do Copom de abril. De qualquer forma, essa estimativa segue acima do valor central da meta, tanto no cenário de referência quanto no de mercado.


Salários

Na ata, o BC afirma que a estreita margem de ociosidade no mercado de trabalho gera um risco significativo, com a possibilidade de concessão de aumentos de salários incompatíveis com o crescimento da produtividade e suas repercussões negativas sobre a inflação."Não obstante sinais de moderação, o Comitê avalia que a dinâmica salarial permanece originando pressões inflacionárias de custos", diz a ata.

O Copom considera que o nível elevado de inflação e a dispersão de aumentos de preços contribuem para que a inflação mostre resistência. "Nesse contexto, inserem-se também os mecanismos formais e informais de indexação e a piora na percepção dos agentes econômicos sobre a própria dinâmica da inflação", cita.

Tendo em vista os danos que a persistência desse processo causaria à tomada de decisões sobre consumo e investimentos, faz-se necessário que, com a devida tempestividade, o mesmo seja revertido. Por isso, o Comitê entende ser apropriada a intensificação do ritmo de ajuste das condições monetárias ora em curso.


Política fiscal

O BC manteve o trecho que trata da política fiscal em relação ao documento divulgado após a reunião de abril. Conforme a ata, o banco considera como hipótese de trabalho a geração de superávit primário de R$ 155,9 bilhões em 2013, de acordo com os parâmetros da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) - 2013.

Para 2014, a autoridade monetária admite como hipótese o total de R$ 167,4 bilhões de superávit primário, segundo os parâmetros constantes do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) - 2014.

Na reunião na semana passada, dando prosseguimento ao ajuste da taxa básica de juros, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic para 8,00% ao ano, sem viés. O Comitê avalia que essa decisão contribuirá para colocar a inflação em declínio e assegurar que essa tendência persista no próximo ano.

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