Economia

BC eleva previsão de alta do déficit nominal

De acordo com cenário divulgado nesta sexta-feira, o ano deve terminar com déficit nominal equivalente a 1,4% do PIB

Mesmo com o aumento da previsão de déficit nominal, o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, mantém o discurso otimista (Divulgação/Banco Central)

Mesmo com o aumento da previsão de déficit nominal, o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, mantém o discurso otimista (Divulgação/Banco Central)

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Da Redação

Publicado em 29 de junho de 2012 às 13h47.

Brasília - O Banco Central (BC) aumentou a previsão para o tamanho do déficit nominal do setor público em 2012. De acordo com cenário divulgado nesta sexta-feira, o ano deve terminar com déficit nominal equivalente a 1,4% do PIB. Em março, a instituição havia previsto 1,2% do PIB. O déficit nominal é gerado porque o esforço fiscal para pagamento de juros, o chamado superávit primário, é insuficiente para pagar toda a conta aos credores da dívida.

Mesmo com o aumento da previsão de déficit nominal, o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, mantém o discurso otimista. Ele destacou que a expectativa de terminar o ano com saldo negativo equivalente a 1,4% do PIB, se confirmada, será o menor déficit nominal da série histórica iniciada em 2001.

Ao apresentar os números, Maciel comentou que o déficit nominal registrado no mês passado - de R$ 16,064 bilhões - é o pior resultado para o mês da série histórica iniciada em 2001.

Mesmo com a piora da previsão do BC para o crescimento do PIB em 2012, a estimativa da instituição para o patamar do superávit primário em relação ao PIB neste ano segue inalterada. Segundo Maciel, o correspondente à meta de primário de R$ 139,8 bilhões continua em 3,1% do PIB.

Ao apresentar os números, Maciel afirmou que a nova previsão de PIB mudou o dado "na segunda casa após a vírgula". Por isso, emendou, o número seguiu inalterado em 3,1% do PIB. Maciel ressaltou, contudo, que a meta de primário é em reais e não em proporção do PIB.

Dólar

Maciel disse que a influência da variação do dólar sobre a dívida líquida do setor público cresceu nos últimos 12 meses encerrados em abril, devido ao aumento das reservas internacionais. Em abril do ano passado, último dado disponível, uma alta de 1% no dólar, por exemplo, reduzia a dívida líquida em 0,12 ponto porcentual do PIB. Em abril deste ano, o impacto foi calculado em 0,16 ponto porcentual do PIB.

Como o país é credor em moeda estrangeira, a alta no preço da moeda eleva seus ativos, o que reduz a dívida líquida (diferença entre ativos e passivos). Também houve mudanças na "sensibilidade" da dívida em relação à taxa básica de juros e à inflação, por causa, principalmente, da troca feita pelo Tesouro Nacional das LFTs dos fundos extramercado por outros papéis neste ano.

A redução da inflação em 1 ponto porcentual, por exemplo, contribui para diminuir a relação dívida/PIB em 0,13 ponto porcentual, ante 0,11 ponto de impacto em abril do ano passado. Em relação à taxa Selic, o impacto de uma variação de 1 ponto porcentual para baixo passou de 0,29 ponto porcentual para 0,27 ponto porcentual na mesma base de comparação.

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