Economia

BC é otimista com inflação, avalia a Rosenberg

BC prevê altas de 5,8% este ano, de 5,6% no encerramento de 2014 e de 5,3% em 2015 do IPCA


	Banco Central: segundo economista, há vários elementos que podem pressionar a inflação
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Banco Central: segundo economista, há vários elementos que podem pressionar a inflação (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 20 de dezembro de 2013 às 10h44.

São Paulo - O Banco Central (BC) pareceu ter uma visão mais positiva do cenário de inflação, ao acreditar em altas de 5,8% este ano, de 5,6% no encerramento de 2014 e de 5,3% em 2015 do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A crença provavelmente está alicerçada no aperto monetário empregado pela instituição.

No entanto, o ciclo iniciado em abril de 2013 não deve ser suficiente para trazer a inflação para a "otimista" estimativa de 5,6% para o próximo ano, na avaliação do economista da Rosenberg & Associados Fernando Parmagnani após a divulgação, pelo BC, do Relatório Trimestral de Inflação (RTI).

De acordo com ele, há vários elementos que podem pressionar a inflação. Um deles é o comportamento dos preços administrados, aqueles insensíveis às condições de oferta e demanda, uma vez que são estabelecidos por contrato ou por órgão público, como é o caso dos combustíveis e da eletricidade. "Reajustes que não foram dados este ano vão ficar mais difíceis de segurar no próximo."

Parmagnani também chamou a atenção para o câmbio. "Apesar de o Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) ter anunciado a retirada gradual de estímulos da economia a partir de janeiro, o dólar não está em perspectiva de explosão. Mas pode ser que isso ocorra."

Ele lembrou ainda que a nota de rating do Brasil pode sofrer um rebaixamento, com consequência na relação entre o real e a moeda americana. "E todos esses riscos estão em ano de Copa de Mundo", destacou.

Superávit

O economista da Rosenberg também classificou como "bem otimista" a previsão do BC de um superávit primário das contas do setor público de 2,1% em 2014 para manter estável a relação entre a dívida líquida do setor público e o Produto Interno Bruto (PIB).

"Apesar de haver perspectiva favorável para arrecadação, fica a dúvida sobre se o governo vai bancar alguns reajustes que podem ocorrer", disse Parmagnani, acrescentando que os gastos do governo devem aumentar por causa do ano eleitoral.

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