Economia

Dólar alto ajudará queda da dívida do setor público, diz Banco Central

O BC previu que a dívida deve cair de 39,2% em agosto para 37,6% do PIB em setembro

Para o Banco Central, a variação do dólar de 1% gera, imediatamente, oscilação no sentido contrário de 0,13% na relação entre a dívida líquida e o PIB (Karen Bleier/AFP)

Para o Banco Central, a variação do dólar de 1% gera, imediatamente, oscilação no sentido contrário de 0,13% na relação entre a dívida líquida e o PIB (Karen Bleier/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de setembro de 2011 às 14h17.

Brasília - A alta do dólar em setembro vai dar uma ajuda e tanto para a queda da dívida líquida do setor público. O Banco Central (BC) previu que a dívida deve cair de 39,2% em agosto para 37,6% do Produto Interno Bruto (PIB) em setembro. Segundo o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Túlio Maciel, essa queda reflete os ativos em dólar (as reservas internacionais) que aumentam com a valorização da moeda norte-americana frente ao real.

"O Brasil é credor em dólar e o alta do câmbio favorece a dívida", disse ele. Para fazer a previsão de setembro, o BC utilizou uma cotação de R$ 1,82.

Para 2011, o BC reviu de 39% para 38,5% do PIB a previsão de dívida líquida do setor público. Para fazer essa previsão o BC utilizou como parâmetros a cotação do dólar em R$ 1,68, IPCA de 6,52% , IGP-DI de 5,77% e taxa Selic média 11,7% no final do ano. Essas são previsões da pesquisa Focus. A projeção para a alta do PIB utilizada foi a do BC, de 3,5% em 2011. O BC também considerou nos parâmetros o cumprimento da meta de superávit primário de 3,1% do PIB este ano.

O chefe do Departamento Econômico (Depec) do Banco Central (BC), Tulio Maciel, divulgou há pouco dados sobre a sensibilidade da dívida líquida do setor público. Segundo ele, a variação do dólar de 1% gera, imediatamente, oscilação no sentido contrário de 0,13 ponto porcentual na relação entre a dívida líquida e o Produto Interno Bruto (PIB). A variação contrária no indicador é explicada pela posição credora do Brasil em moeda estrangeira.

Outro item da sensibilidade da dívida divulgado por Maciel é em relação ao juro básico da economia, a taxa Selic. Neste caso, a variação de 1 ponto porcentual no juro decidido pelo BC e mantido por 12 meses gera, em igual sentido, variação de 0,30 ponto na dívida líquida.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralCâmbioDívida públicaDólarMercado financeiroMoedas

Mais de Economia

Banco Mundial reduz para 2,3% previsão de crescimento global em 2025 devido à guerra comercial

Indústria é contra aumento de impostos para setor produtivo, diz presidente da CNI

Medidas do governo só afetam 'morador de cobertura', diz Haddad

Após reunião com Lula, Haddad diz que pacote alternativo ao IOF deve ser enviado à Casa Civil hoje