Iene: tensões geopolíticas elevando a moeda japonesa para uma máxima de cinco meses contra o dólar (Tomohiro Ohsumi/Bloomberg)
Reuters
Publicado em 12 de abril de 2017 às 08h45.
Tóquio - O presidente do banco central do Japão, Haruhiko Kuroda, afirmou nesta quarta-feira que novos declínios do iene podem ajudar a alcançar a meta de inflação de 2 por cento mais rapidamente, mesmo com as tensões geopolíticas elevando a moeda japonesa para uma máxima de cinco meses contra o dólar.
Kuroda reiterou que o banco central não tem como meta a taxa de câmbio ao guiar a política monetária, e que está injetando dinheiro na economia para alimentar a inflação.
Mas ele admitiu os benefícios que um iene fraco teria para acelerar a inflação, como por exemplo elevando os custos das importações e portanto os preços em geral.
"O Banco do Japão conduz a política monetária para alcançar sua meta de preço o mais breve possível e não tem como meta diretamente a taxa de câmbio", disse Kuroda ao Parlamento.
Conforme a economia continua a se recuperar e o efeito da queda do preço do petróleo no ano se dissipar, a inflação irá acelerar e elevar as expectativas do público para a alta dos preços, disse ele.
"Tendo dito isso, é verdade que se o iene enfraquecer isso pode acelerar o cumprimento de nossa meta de preço", disse Kuroda.
O dólar chegou a uma mínima de cinco meses contra o iene nesta quarta-feira diante das tensões geopolíticas, que favorece a moeda japonesa, considerada segura. Nesta sessão, o dólar chegou a 109,535 ienes, nível mais baixo desde 17 de novembro.