Economia

BC diz que próximos passos continuarão dependendo da atividade econômica

Copom decidiu manter taxa básica de juros em 6,50%; é a segunda manutenção consecutiva da taxa após 12 cortes seguidos, realizados desde outubro de 2016

Banco Central: presidente do banco chegou a afirmar que a política monetária não seria utilizada para controlar a taxa de câmbio (Ueslei Marcelino/Reuters)

Banco Central: presidente do banco chegou a afirmar que a política monetária não seria utilizada para controlar a taxa de câmbio (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 20 de junho de 2018 às 19h28.

Após surpreender em sua última reunião, em maio, o Banco Central agiu de acordo com as expectativas do mercado e decidiu manter a taxa básica de juros da economia brasileira em 6,50% ao ano na reunião desta quarta-feira, 20. Esta é a segunda manutenção consecutiva da taxa após 12 cortes seguidos, realizados desde outubro de 2016.

O anúncio veio em meio a um cenário adverso para as economias emergentes com a valorização mundial do dólar. Para evitar crises cambiais, Argentina e Turquia precisaram elevar suas taxas de juros nos últimos meses para conter a saída de divisas do país. Havia o receio de que o Banco Central precisasse adotar uma medida similar para conter a desvalorização do real.

No entanto, amparado por um quadro confortável nas contas externas, pela recuperação lenta da economia e pela inflação abaixo do centro da meta, o Brasil tem atravessado o período de cenário internacional adverso a economias emergentes sem recorrer ao aumento de juros. No dia 8 de junho, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, chegou a afirmar que a política monetária não seria utilizada para controlar a taxa de câmbio.

Para as próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) a curva de juro a termo, demonstração gráfica de como o mercado prevê a dinâmica da taxa de juros, aponta para o início de um ciclo de altas na taxa Selic.

De acordo com cálculos do banco Haitong, para a reunião de agosto, há 100% de chance de alta de 0,25pp. Nos encontros seguintes do comitê, há possibilidade maior de aumento de 0,50 pp da Selic em setembro; mais 0,50pp para outubro; e 0,50pp em dezembro.

Na pesquisa Focus divulgada nesta semana, os economistas do mercado financeiro, no entanto, esperam pela manutenção da Selic em 6,50% até maio de 2019, quando poderia ser elevada de 6,50% para 6,75% ao ano.

As datas das próximas decisões do Copom são as seguintes: 1º de agosto; 19 de setembro; 31 de outubro; 12 de dezembro.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralCopomJurosSelic

Mais de Economia

Benefícios tributários farão governo abrir mão de R$ 543 bi em receitas em 2025

“Existe um problema social gerado pela atividade de apostas no Brasil”, diz secretário da Fazenda

Corte de juros pode aumentar otimismo dos consumidores nos EUA antes das eleições

Ministros apresentam a Lula relação de projetos para receber investimentos da China