Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central do Brasil, Fevereiro de 2019. Foto: Andre Coelho/Bloomberg (Andre Coelho/Bloomberg)
Estadão Conteúdo
Publicado em 19 de novembro de 2021 às 13h45.
Última atualização em 19 de novembro de 2021 às 14h59.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta sexta-feira que a autoridade monetária deverá revisar para baixo sua projeção para a atividade econômica em 2022, após divulgar em setembro que esperava crescimento de 2,1%.
Em palestra no Meeting News, organizado pelo Grupo Parlatório, ele afirmou que o aumento da inflação mais recente no Brasil está mais espalhado, ressaltando que houve impacto forte nos preços pela elevação dos alimentos num primeiro momento e, depois, pelo choque de energia elétrica e combustíveis.
O presidente do BC reconheceu que a expectativa de inflação para 2022 está "saindo um pouco da meta", com aceleração recente desse movimento, mas frisou que o BC tem atuado elevando as taxas de juro.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, indicou nesta sexta-feira que o BC está em processo de refazer regulações para fintechs, após ter chegado à conclusão de que precisava exigir mais capital para as que cresceram e atingiram tamanho de banco.
"A gente tem olhado e conversado com os bancos maiores, com os bancos menores, com as fintechs, com as novas plataformas, a gente entende que tem segmentação crescente nesse mercado", afirmou ele ao participar do Meeting News, organizado pelo Grupo Parlatório.
"A gente investigou todos os pleitos de cada uma delas e tem feito trabalho, fizemos consulta pública e estamos num processo aí de, vamos dizer assim, refazer algumas das regulações", completou.
Segundo Campos Neto, o BC viu que precisava ter "algum tipo de atuação" quanto ao consumo de crédito para produto ligado a meio de pagamento, especificamente na parte de capital exigido.
"Aqui de fato a gente entendeu que algumas fintechs já tinham tamanho de banco nesses negócios, mas não estavam tendo requerimento de capital proporcional", afirmou ele, complementando que o BC tem feito exercício de adequação e está trabalhando "em alguma coisa".
Ainda sobre o tema, Campos Neto afirmou que o BC não constatou a existência de problema quanto à falta de igualdade em sistema tarifário. Sobre custo de supervisão, a autoridade monetária tem feito trabalho para reduzir a burocracia, mas mantendo o mesmo nível de observância em termos de regulação, pontuou ele.