Portugal: o banco disse ainda que a demanda doméstica deve recuar 6,4% neste ano após 5,7% em 2011 (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 10 de julho de 2012 às 13h47.
Lisboa - O Banco de Portugal (banco central) afirmou nesta terça-feira que a recessão do país deve ser levemente menos severa do que se esperava neste ano, porém mais medidas de austeridade podem ser necessárias para garantir que sejam atingidas as metas determinadas de acordo com seu resgate internacional.
Em seu boletim econômico, o banco afirmou esperar agora que a economia contraia 3,0 por cento, e não 3,4 por cento como previsto em março -deixando sua previsão em linha com as do governo e da Comissão Europeia.
Muitos economistas acreditam que Portugal precisará ampliar seu resgate de 78 bilhões de euros e alguns afirmam que o país pode ter dificuldades para atingir as metas atuais de orçamento dada a fraqueza da economia e a piora da crise da dívida da zona do euro.
Mas o governo insiste que é possível alcançar os objetivos e que não pedirá mais tempo nem dinheiro.
"As exportações devem permanecer como o componente mais dinâmico da demanda final, embora uma significativa desaceleração esteja prevista para 2012, refletindo suposições sobre a demanda externa", explicou o banco.
"Para 2013, está projetada uma estagnação da atividade econômica, em um contexto de recuperação gradual da demanda doméstica e aceleração das exportações", completou.
O banco manteve sua perspectiva de crescimento zero no ano que vem, após revisá-la em março ante a previsão anterior de expansão de 0,3 por cento. O governo ainda espera que a economia tenha um crescimento modesto no ano que vem para sair da pior recessão do país desde a década de 1970.
Segundo os termos do resgate, Portugal tem que reduzir seu déficit orçamentário para 4,5 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e 3 por cento em 2013. O banco não comentou a probabilidade de atingir as metas, citando apenas a "possível necessidade de adotar medidas adicionais para garantir o cumprimenta das metas fiscais."
Portugal adotou cortes de salários e altas de impostos sob o resgate, o que pesou sobre a demanda interna. As exportações são o único setor da economia de Portugal que está forte em meio à austeridade.
Apesar de uma "desaceleração significativa" em relação aos níveis de 2011 devido à fraqueza da demanda externa, o banco ainda elevou sua previsão de crescimento das exportações para 3,5 por cento neste ano e 5,2 por cento em 2013, ante 2,7 por cento e 4,4 por cento respectivamente em seu relatório anterior. No ano passado, as exportações cresceram 7,6 por cento.
O banco disse ainda que a demanda doméstica deve recuar 6,4 por cento neste ano após 5,7 por cento em 2011, caindo mais 1,4 por cento em 2013.
Ainda assim, sua previsão para o consumo privado melhorou para uma queda de 5,6 por cento neste ano ante estimativa anterior de 7,3 por cento.