Economia

BC da Turquia promete agir após inflação saltar para quase 18%

A lira perdeu 40% de seu valor contra o dólar este ano, elevando o custo de produtos e provocando alarme acerca do impacto sobre a economia

Lira: a desvalorização da moeda turca é a mais alta desde o final de 2003 (Murad Sezer/Reuters)

Lira: a desvalorização da moeda turca é a mais alta desde o final de 2003 (Murad Sezer/Reuters)

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Reuters

Publicado em 3 de setembro de 2018 às 14h05.

Istamebul - O banco central da Turquia sinalizou nesta segunda-feira que vai agir contra "riscos significativos" à estabilidade de preços, uma medida rara para acalmar os mercados financeiros após a inflação ter saltado para o nível mais alto em quase uma década e meia.

As declarações, consideradas como um presságio de uma alta dos juros na reunião de 13 de setembro do banco, destaca o cenário volátil para os preços em meio a uma crise cambial. A lira perdeu 40 por cento de seu valor contra o dólar este ano, elevando o custo de produtos e provocando alarme acerca do impacto sobre a economia.

A inflação saltou 17,9 por cento em agosto na comparação anual, de acordo com dados oficiais, superando a expectativa do mercado e registrando o nível mais elevado desde o final de 2003.

"Os recentes acontecimentos relacionados ao cenário da inflação indicam riscos significativos à estabilidade de preços. O banco central adotará as ações necessárias para sustentar a estabilidade de preços", disse o banco pouco após a divulgação dos dados.

"A postura de política monetária será ajustada na reunião do comitê de política monetária de setembro diante dos últimos acontecimentos."

Para os investidores, a principal questão tem sido se o banco central será capaz de elevar os juros de forma suficiente para conter a inflação. O banco manteve os juros em seu último encontro em julho, indo contra as expectativas e provocando enfraquecimento da lira.

A última alta foi em junho, de 1,25 ponto percentual, para 17,75 por cento.

O banco deve adotar um aumento de 2 pontos percentuais em 13 de setembro, bem aquém dos 7 a 10 pontos que os investidores gostariam de ver, disse Jason Tuvey, da Capital Economics, em nota a clientes.

Aumentos substanciais assim são necessários "para levar a taxa de juros real de volta a território positivo e garantir aos mercados que as autoridades estão dispostas e são capazes de lidar com a inflação alta", disse ele.

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