Brexit: a Inglaterra ainda está negociando a transição da saída do União Europeia (George Rex/Flickr)
Reuters
Publicado em 1 de novembro de 2018 às 10h26.
Londres - O banco central da Inglaterra manteve a taxa de juros inalterada nesta quinta-feira e sugeriu aumentos de juros um pouco mais rápidos se o Brexit tiver um bom desempenho, mas alertou que todas as apostas serão negativas se o próximo mês de março trouxer uma saída turbulenta da União Europeia.
A autoridade monetária disse que seus nove membros votantes foram unânimes ao manter a taxa de juros em 0,75 por cento, em linha com as expectativas de uma pesquisa da Reuters com economistas, após ter realizado um aumento em agosto pela segunda vez desde a crise financeira.
O Brexit está dominando as perspectivas econômicas para a quinta maior economia do mundo, que tem visto um crescimento lento desde o referendo de junho de 2016, e a maioria dos economistas não espera que os juros subam novamente até meados de 2019.
O banco central disse que os gastos do consumidor tiveram um desempenho melhor do que o esperado nos últimos meses, mas as empresas estavam atrasando os investimentos até que haja clareza sobre os futuros laços com o maior parceiro comercial do Reino Unido.
A primeira-ministra Theresa May ainda não conseguiu um acordo de transição que garanta que produtos e pessoas possam continuar a circular livremente entre o Reino Unido e a UE após o Brexit em 29 de março.
"A recente intensificação da incerteza do Brexit pareceu manter os gastos empresariais subjugados no curto prazo", disseram as autoridades do banco central da Inglaterra.
O banco central da Inglaterra disse que um Brexit turbulento pode ver a pressão inflacionária por uma moeda mais fraca, uma cadeia de suprimentos danificada e possíveis tarifas comerciais. Contra isso, as autoridades precisarão equilibrar o impacto do crescimento com a redução do comércio, maior incerteza nos negócios e condições financeiras mais rígidas.
A economia deve começar a subir acima da capacidade no final do próximo ano, mais cedo do que o banco central previu em agosto.