Argentina: em dezembro, houve corte semelhante nos juros e uma desvalorização de 54% do peso
Redação Exame
Publicado em 12 de março de 2024 às 06h20.
O Banco Central da Argentina reduziu de forma inesperada sua taxa básica de juros de 100% para 80%. As autoridades portenhas veem a inflação mensal arrefecendo, enquanto o peso continua a se fortalecer em relação ao dólar americano nos mercados paralelos.
Segundo a Bloomberg, apesar da inflação anual acima de 250%, o BC citou uma série de fatores para explicar o corte no final da noite de segunda-feira, incluindo a recomposição de reservas.
A Argentina deve publicar os números da inflação de fevereiro nesta terça-feira. O mercado espera que o índice de preços ao consumidor chegue a 15% no mês, continuando a arrefecer em relação aos 21% de janeiro e aos 26% de dezembro. Em uma base anual, entretanto, é provável que a inflação acelere para mais de 280%.Após um corte semelhante nas taxas em dezembro, juntamente com uma desvalorização de 54% da moeda, muitos argentinos tiraram seus depósitos em pesos para gastar ou converter em dólares.
As autoridades monetárias de Buenos Aires observaram na segunda-feira que, embora as taxas estejam caindo, a quantidade de dinheiro em circulação diminuiu 17% em termos ajustados pela inflação desde que Milei assumiu o cargo. A manutenção de um controle rígido sobre a base monetária ajudou a diminuir os preços mensalmente até o momento.
Apesar disso, o país vive uma recessão acentuada este ano. As medidas de austeridade de Milei acabaram com os gastos com seguridade social e com os salários ajustados pela inflação, que estão em seu nível mais baixo desde 2003, início do kirchnerismo.