PIB do Brasil: BC ressalvou que há grau de incerteza elevado na realização de projeções em ambiente de crise (Cris Faga/Getty Images)
Reuters
Publicado em 26 de março de 2020 às 08h27.
Última atualização em 26 de março de 2020 às 10h16.
O Banco Central cortou sua projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) a zero em 2020, ante crescimento de 2,2% calculado em dezembro, destacando que a estabilidade agora vista está associada a impactos econômicos "expressivos" decorrentes da pandemia de coronavírus, conforme Relatório Trimestral de Inflação publicado nesta quinta-feira.
"Adicionalmente, resultados abaixo do esperado em indicadores econômicos no final de 2019 e início de 2020 afetaram a expectativa de desempenho da atividade no primeiro trimestre", disse o BC.
"Em termos de trajetória, a projeção para o PIB anual considera recuo acentuado do PIB no segundo trimestre, seguido de retorno relevante nos últimos dois trimestres do ano", completou a autoridade monetária.
O BC ressalvou que há grau de incerteza elevado na realização de projeções em ambiente de crise. Disse ainda que a magnitude dos impactos da pandemia sobre a atividade econômica doméstica estará associada à gravidade e à extensão do período do surto no país e às medidas públicas que estão sendo adotadas nas diversas áreas.
A expectativa ficou em linha com a divulgada na semana passada pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia, que passou a ver uma alta de 0,02% para o PIB este ano.
Em relação à política monetária, o BC reiterou mensagem de que vê como adequada a manutenção da taxa Selic em seu novo patamar, de 3,75% ao ano, mas que a maior variância de riscos e novas informações sobre a conjuntura econômica serão essenciais para definir seus próximos passos.