Tombini, presidente do BC: expectativa é que empresas tomem mais crédito (Valter Campanato/ABr)
Da Redação
Publicado em 28 de junho de 2011 às 14h14.
Brasília - O Banco Central (BC) aumentou a projeção para o crescimento do saldo do crédito do sistema financeiro, neste ano. A estimativa passou de 13% para 15%, segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel.
A previsão para o crédito com recursos livres (operações com taxas de juros livremente definidas entre os clientes e as instituições financeiras) subiu de 11% para 14%. Segundo Maciel, nesta revisão da projeção “pesou mais” a expectativa do crédito para as empresas do que para as famílias. Isso porque, em dezembro de 2010, o BC anunciou medidas de restrição ao crédito para as pessoas físicas e tirou dinheiro de circulação, ao aumentar os depósitos compulsórios dos bancos.
No caso do crédito com recursos direcionados (operações feitas com taxas ou recursos estabelecidos em normas governamentais, destinadas basicamente aos setores rural, habitacional e de infraestrutura) houve redução na estimativa de crescimento neste ano de 19% para 17%.
A expectativa do BC é que o volume de crédito dos bancos públicos cresça 15% neste ano, e não mais 14%. No caso dos bancos nacionais privados, a estimativa foi revisada de 13% para 15%. A previsão de crescimento do crédito dos bancos privados estrangeiros passou de 11% para 16%.
O BC manteve a projeção do saldo do crédito em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, em 48%.
Em maio, o saldo das operações de crédito do sistema financeiro chegou a R$ 1,804 trilhão, com alta de 1,6% no comparação com abril. Em 12 meses encerrados em maio, o crescimento chegou 20,4%. Esse volume representou 46,9% do PIB.
Segundo Maciel, as dados do crescimento do saldo do crédito em 12 meses estão “carregados” pelos aumentos registrados no ano passado. Para este ano, expectativa dele é que haja “expansão moderada do crédito”. “Em 2010, houve aumento expressivo mês a mês, principalmente no segundo semestre. Isso carregou a análise em 12 meses. À medida que os meses avancem no segundo semestre, esse crescimento do estoque diminui.”
Para ele, os dados preliminares deste mês já indicam redução no ritmo de crescimento do crédito. Em junho, até o dia 13, com nove dias úteis, a média diária geral de concessões de crédito caiu 4,6%, na comparação com igual período de dias úteis de maio. Nessa mesma comparação, a concessão para as empresas caiu 8,8%, mas para as famílias houve aumento de 0,2%.
Já o volume de crédito subiu 1,4% nos dados preliminares de junho, com aumento de 1,9% para as pessoas físicas e de 0,9% para as empresas.
A taxa de juros anual, neste mês em relação a maio, subiu de 46,8% para 47,6% para pessoas físicas e de 31,1% para 31,4% no caso das empresas.