BC: projeção passou de 77,5% para 76,2% do Produto Interno Bruto (PIB) (Gustavo Gomes/Bloomberg)
Estadão Conteúdo
Publicado em 29 de setembro de 2017 às 13h28.
Brasília - O Banco Central atualizou nesta sexta-feira, 29, suas projeções para a dívida brasileira ao final de 2017. Segundo informou o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, a projeção para a Dívida Bruta do Governo Geral este ano passou de 77,5% para 76,2% do Produto Interno Bruto (PIB). A dívida bruta é uma das principais referências para avaliação, por parte das agências globais de rating, da capacidade de solvência do País.
Já a projeção do BC para a Dívida Líquida do Setor Público foi de 52,7% para 53,6% do PIB.
A instituição também alterou seu cálculo para a despesa do setor público consolidado com juros em 2017, de 6,18% para 6,06% do PIB. Já a projeção para o déficit nominal de 2017 passou de 8,39% para 8,58% do PIB.
A revisão dos indicadores levou em consideração mudanças na projeção do Banco Central de crescimento da economia de 0,5% para 0,7% e a ampliação da meta de déficit primário deste ano, que passou de 2,2% para 2,5% do PIB.
Além disso, entram na conta a variação de indexadores da dívida, como Selic, IPCA e IGP e o câmbio, que, nas projeções anteriores era estimado em R$ 3,32 no fim do ano e, agora, é previsto em R$ 3,16. Outra questão que impactou nas projeções foi a previsão de devolução de R$ 50 bilhões pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
"A apreciação do câmbio e a devolução de dinheiro do BNDES contribuem para reduzir a dívida bruta", afirmou Rocha.
No caso da ampliação da previsão de déficit nominal, o impacto foi do aumento da meta de primário, já que a perspectiva é de redução na conta de juros, reflexo, por sua vez, da redução da inflação e da Selic.
O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central informou também que a projeção para a dívida bruta para setembro é de 73,6% do PIB. O porcentual, se confirmado, indicará uma leve queda ante o índice registrado em agosto, de 73,7%.
Esta expectativa de recuo, segundo Rocha, está ligada ao pagamento antecipado do BNDES ao Tesouro em setembro, de R$ 33 bilhões.
O impacto deste pagamento antecipado sobre a dívida líquida, no entanto, é nulo, lembrou Rocha. Por isso, a projeção para a dívida líquida em setembro é de 50,8% do PIB, acima dos R$ 50,2% verificados em agosto.