Jens Weidmann: para ele, bancos centrais "não precisam responder automaticamente sempre que a inflação se desvia" da meta (REUTERS / Lisi Niesner/Reprodução)
Estadão Conteúdo
Publicado em 18 de novembro de 2016 às 11h13.
Frankfurt - O presidente do Banco Central da Alemanha, Jens Weidmann, defendeu hoje "cuidado extra" no emprego de medidas de relaxamento monetário, como compras de ativos em larga escala, ao enfatizar que a situação de inflação muito baixa na zona do euro é temporária.
Os comentários indicam que o Bundesbank, como é conhecido o BC alemão, provavelmente será cauteloso antes de concordar em prorrogar o programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês) do BCE, que vence em março do próximo ano.
"Em relação à inflação, o que caiu irá subir, ainda em que em ritmo modesto", disse Weidmann, durante uma conferência bancária em Frankfurt.
Segundo Weidmann, bancos centrais "não precisam responder automaticamente sempre que a inflação se desvia" da meta.
O BCE se prepara para uma reunião de política monetária em 8 de dezembro, quando poderá decidir sobre a prorrogação ou não de seu programa de QE, que prevê compras mensais de até 80 bilhões de euros em ativos.
Como a inflação na zona do euro ficou em apenas 0,5% em outubro, bem abaixo da meta do BCE, que é de taxa ligeiramente inferior a 2%, a maioria dos analistas prevê que o QE será prorrogado em pelo menos seis meses.
Weidmann não descartou uma possível prorrogação, mas ressaltou que a maioria dos motivos da inflação baixa é "apenas temporária, por natureza".