Economia

BC ainda vê risco à estabilidade da economia global

O quadro se deu embora tenha prevalecido um ambiente de baixa volatilidade


	BC: inflação baixa e estável é pré-condição para crescimento, segundo diretor
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

BC: inflação baixa e estável é pré-condição para crescimento, segundo diretor (REUTERS/Ueslei Marcelino)

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Da Redação

Publicado em 29 de setembro de 2014 às 12h41.

Brasília - O diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton, salientou nesta segunda-feira, 29, que, desde o último relatório de inflação, os riscos para estabilidade financeira global permaneceram elevados. Ele destacou que esse quadro se deu embora tenha prevalecido um ambiente de baixa volatilidade, apesar da ocorrência de eventos geopolíticos.

O diretor deu destaque para a normalização das condições monetárias nos Estados Unidos, com a continuidade do processo de normalização das condições monetárias. "Tem-se consolidado um cenário de atividade global mais intensa, apesar da heterogeneidade no ritmo de expansão das principais economias", considerou.

Ele comentou também que, nos mercados internacionais, houve recuo nos preços de commodities agrícolas e de energia, e aumento nos de commodities metálicas. "De modo geral, a política monetária permaneceu acomodatícia, nas economias emergentes e maduras", afirmou.

O diretor salientou ainda que a transparência é um dos pilares do regime de metas de inflação. "É mais do que isso, é um dos pilares da ação do Banco Central", disse. Ele disse ainda que a missão da casa é assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e um sistema financeiro sólido e eficiente. "Esta é uma missão que está bem próxima da vida das pessoas e das empresas."

A experiência internacional e a teoria econômica apontam que inflação baixa e estável é pré-condição para crescimento, segundo ele. "Não é um fim, é um meio. Para o Brasil, a mensagem que fica é que o caminho para o crescimento passa por taxas de inflação baixas e estáveis."

O diretor do BC também disse que as perspectivas para o exterior para o período de 2014 a 2016 englobam a probabilidade de se observar novas rodadas de tensão e de volatilidade nos mercados de moedas. Ele também previu a descompressão nos prêmios de risco. No chamado horizonte relevante para a política monetária, as perspectivas são de aumento gradual da inflação global.

A avaliação do diretor é a de que os riscos permanecem elevados e deu destaque para os riscos oriundos de mudanças na inclinação da curva de juros em importantes economias maduras.

"Ao longo do horizonte relevante para a política monetária, há perspectivas de ritmo de atividade global mais intenso, com crescimento em torno da tendência, com destaque para a heterogeneidade dos principais blocos", mencionou.

Cenário doméstico

Carlos Hamilton apresentou algumas mudanças ocorridas no cenário doméstico desde a divulgação do Relatório Trimestral de Inflação de junho. Ele comentou que a dinâmica de preços nos mercados atacadistas mostrou-se benigna tanto no segmento industrial quanto no agrícola. O diretor disse que a inflação mensal ao consumidor se apresentou "moderada", mas que, em 12 meses, permaneceu elevada.

Hamilton salientou que as contas nacionais indicam que, na margem, o PIB diminuiu 0,6%. Ele também disse que o indicador de capacidade instalada apresentou ligeiro declínio e o mercado de trabalho apresentou estreita margem de ociosidade.

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