Rio Doce: a maior parte do prejuízo foi em áreas utilizadas para pastagem, campineiras, plantações de cana-de-açúcar, grãos e horticultura (Leonardo Merçon/Instituto Últimos Refúgios/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 16 de fevereiro de 2016 às 16h36.
São Paulo - Os produtores rurais atingidos pelo rompimento da barragem da mineradora Samarco, em Mariana (MG), tiveram prejuízo de R$ 23,2 milhões, informou a Emater-MG, em nota, após estudo para avaliar os impactos provocados pelo acidente em Barra Longa, Mariana, Ponte Nova e Rio Doce.
A barragem se rompeu em 5 de novembro do ano passado e esparramou um rio de lama e dejetos ao longo do Vale do Rio Doce, configurando-se no mais grave desastre ambiental do País.
O levantamento feito pela Emater-MG foi realizado entre novembro de 2015 e janeiro deste ano, e vistoriou, até agora, 95% das 195 propriedades atingidas.
Segundo o presidente da Emater-MG, Amarildo Kalil, os técnicos da empresa estão visitando cada uma das propriedades.
"Nossos técnicos estão fazendo as visitas e aplicando um questionário. É um levantamento para ter uma ideia do prejuízo e que poderá subsidiar o Estado no caso de um plano de recuperação econômica destas propriedades", explica.
A maior parte do prejuízo foi em áreas utilizadas para pastagem, campineiras, plantações de cana-de-açúcar, grãos e horticultura.
O valor estimado é de R$ 15,6 milhões em 1.270 hectares de terras atingidas.
Em seguida, estão as perdas com 216 construções (R$ 5,2 milhões), 161 quilômetros de cercas (R$ 977 mil), 293 máquinas e equipamentos (R$ 760 mil) e 1.596 animais perdidos (R$ 651 mil), principalmente aves.
O levantamento também apurou que 34 produtores possuem financiamento de crédito rural, que somam o valor de R$ 3,3 milhões.
Kalil destaca que a porcentagem das áreas atingidas nas propriedades foi de, em média, 12,9%.
"Tivemos 164 propriedades com menos de 50% da área atingida. Em muitos desses casos, será possível retomar a atividade agropecuária. Já em outras 31 propriedades, a lama destruiu mais de 50% da área. Nestes locais será mais difícil voltar a desenvolver as atividades anteriores", explica.
Ele também acredita que as pessoas das áreas que tiveram a maior parte da propriedade atingida poderão ser indenizadas.