Prioridade do governo é penetração e não velocidade da banda larga (.)
Da Redação
Publicado em 23 de junho de 2010 às 10h10.
Brasília - Em resposta às críticas sobre a velocidade da internet rápida oferecida pelo Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), o coordenador dos programas de inclusão digital do governo federal, Cezar Alvarez, disse que a internet que o governo disponibilizará dará conta de rodar os aplicativos mais "comumente utilizados". "Muita gente reclama, mas primeiro, tem que se discutir penetração, depois a velocidade. Ela pode ir aumentando de acordo com a demanda", defendeu.
Nesta terça-feira (22), em Brasília, o presidente da Telebrás, Rogério Santanna, dividiu a plenária com Alvarez em evento que debatia a inclusão digital. Para Santanna, a expansão da oferta de banda larga é importante para baratear o serviço. Em entrevista ao site EXAME, no mês passado, o presidente disse que o PNBL ajudaria a diminuir o preço da internet.
"Há novas abordagens a serem construídas, é necessário repensar os métodos. No Brasil, cerca de cinco empresas detêm 94.6% do negócio de banda larga do país, é preciso abrir concorrência", criticou Santanna. Segundo ele, a proposta do PNBL não é disponibilizar internet totalmente livre e gratuita, mas baixar os preços e democratizar os acessos.
De acordo com o presidente da Telebrás, o governo reconhece que parte da população não teria verba para comprar computadores, e nessa situação entrariam os chamados Telecentros, que são alvos de discussão da "Oficina Para Inclusão Digital" - que vai até a próxima quinta-feira (24).
Já para Cezar Alvarez, o debate sobre ter internet grátis no país é legítimo, mas cabe à sociedade discutir onde os investimentos serão feitos. "Quando a gente afirma um direito, vai ter que se deparar com outros grupos que reivindicam coisas similares. Cada segmento tem uma vontade. Deve-se levar a internet para a zona rural ou para as escolas, por exemplo?", ponderou.
Entre as promessas do Plano Nacional de Banda larga, está internet de alta velocidade ao preço máximo de R$ 35, disponível em oito das 12 cidades-sede da Copa de 2014, ainda este ano. Brasília, Recife, Salvador, Fortaleza, Rio de Janeiro, Natal, Belo Horizonte e São Paulo e mais de 100 outras cidades devem ser beneficiadas em 2010.