Economia

Bancos públicos não são preocupação, diz Sérgio Rial

Faz parte do papel de qualquer estado e de um governante responsável", avaliou ele, em coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira, 27


	Sérgio Rial: de acordo com ele, falta um debate sobre uma política fiscal mais consistente
 (Divulgação)

Sérgio Rial: de acordo com ele, falta um debate sobre uma política fiscal mais consistente (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de janeiro de 2016 às 14h57.

São Paulo - O presidente do Santander Brasil, Sérgio Rial, não vê sinal de alerta nos bancos públicos e não os enxerga nem como "preocupação nem como ameaça". "Óbvio que é claramente política governamental.

Entendo perfeitamente, dado o quadro de recessão que estamos vivendo e um ano extremamente duro, que cabe ao ministro da Fazenda (Nelson Barbosa) buscar alternativas para de alguma maneira minimizar (as dificuldades atuais).

Faz parte do papel de qualquer estado e de um governante responsável", avaliou ele, em coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira, 27.

De acordo com ele, falta um debate sobre uma política fiscal mais consistente.

"Se nós acreditamos num mundo mais deflacionário e o Brasil indo rumo à meta, voltando a ter níveis de inflação menor, a grande questão é a necessidade de uma política fiscal mais consistente, e conseguimos ver que voltamos a ter uma gestão fiscal previsível. Isso deveria permitir ao Brasil redesenhar os instrumentos de política monetária", disse Rial.

Afirmou ainda que o atual desenho de compulsório ou de regulamentar o passivo dos bancos face aos ativos tira, de alguma maneira, elementos importantes de competição no segmento bancário.

"O governo foi extremamente ágil e corajoso quando fez a primeira mudança na indexação da poupança. O próximo passo, assumindo as condições de política fiscal, inflação retrocedendo, é olhar para todos os instrumentos de política monetária, de forma que o segmento privado comece a competir mais, de uma maneira menos regulamentada", sugeriu Rial.

Segundo ele, a divisão de bancos públicos e privados no Brasil é desnecessária.

"Somos bancos, cuja natureza do controle pode ser pública", acrescentou. "Deveríamos estar todos do sistema financeiro envolvidos."

Para o presidente do Santander, o estímulo a somente um lado do mercado, com o outro submetido a depósitos compulsórios, cria "certas amarras" ao longo do tempo que deveriam ser repensadas.

Ele não afirmou, porém, se acredita que o governo vai acelerar a oferta de crédito via bancos públicos.

Afirmou que isso seria "especulação", mas que nenhum banco conseguirá em 2016 expandir os empréstimos em ritmo superior ao da inflação.

"Acredito que o ministro deve estar olhando, dado à queda do PIB, todas as alternativas. Mas acredito que fazer isso por meio de só um segmento é atuar de forma pouco completa. Precisamos de mais", criticou Rial.

Segundo ele, se o Brasil conseguir trazer a inflação para patamares baixos, até mesmo inferiores à meta e mais próximos de níveis como os do México, ao redor dos 2,5%, e for possível ter estabilidade na curva futura de juros, tanto os bancos quanto os investidores vão financiar a infraestrutura.

Acompanhe tudo sobre:BancosEconomistasEmpresasEmpresas abertasEmpresas espanholasMinistério da FazendaNelson BarbosaSantander

Mais de Economia

China e Brasil: Destaques da cooperação econômica que transformam mercados

'Não vamos destruir valor, vamos manter o foco em petróleo e gás', diz presidente da Petrobras

Governo estima R$ 820 milhões de investimentos em energia para áreas isoladas no Norte

Desemprego cai para 6,4% no 3º tri, menor taxa desde 2012, com queda em seis estados