Economia

Bancos médios pagam mais para captar recursos

Dificuldade surge principalmente após a descoberta do rombo no Banco Panamericano, que chegou a R$ 4,3 bilhões

Murilo Portugal, novo presidente da Febraban, não vê problema generalizado para os bancos locais (Divulgação/FMI)

Murilo Portugal, novo presidente da Febraban, não vê problema generalizado para os bancos locais (Divulgação/FMI)

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Da Redação

Publicado em 14 de maio de 2011 às 11h51.

São Paulo - O crescimento do crédito está deixando mais complicada a vida de alguns bancos médios. Para acompanhar a expansão dos empréstimos, os bancos precisam cada vez mais de capital. Algumas instituições, porém, têm tido dificuldade para captar recursos, principalmente após a descoberta do rombo no Banco Panamericano, que chegou a R$ 4,3 bilhões, e encareceu o custo do dinheiro.

Dados do Banco Central mostram que 13 bancos estão com níveis apertados ou insuficientes de capital. Um levantamento com base nos balanços dos bancos enviados ao BC mostra que três instituições, entre elas os bancos Matone e Schahin, recentemente envolvidos em negócios com outros bancos, estavam com índice de Basileia abaixo do mínimo exigido pela autoridade monetária, de 11%. Outros 10 estão acima, mas muito próximos do porcentual exigido. Com isso, qualquer crescimento maior das operações de crédito pode comprometer a estrutura de capital dos bancos.

O Índice de Basileia mede quanto uma instituição financeira pode utilizar para crédito sem comprometer sua solidez financeira. É o principal indicador usado pelos analistas e pelo BC para avaliar a solvência dos bancos. O mínimo exigido no Brasil está acima da média internacional, de 8%. Vale lembrar que os dados mais recentes do BC se referem a dezembro de 2010.

O novo presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal, não vê um problema generalizado para os bancos locais. O executivo destaca que o Índice de Basileia médio do sistema financeiro brasileiro está na casa dos 16%, bem acima do mínimo exigido pelo BC. "Pode haver um ou outro problema, mas é pontual e localizado. Temos uma regulação da atividade bancária que está entre as melhores do mundo", disse à Agência Estado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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