O comissário europeu responsável pelos serviços financeiros, Michel Barnier, fala em coletiva de imprensa em 3 de outubro em Bruxelas (Georges Gobet/AFP)
Da Redação
Publicado em 26 de novembro de 2012 às 11h57.
Paris - Os bancos europeus pediram ao comissário europeu responsável pelos serviços financeiros, Michel Barnier, que adie em um ano o início do calendário de aplicação do novo marco regulatório conhecido como Basileia III, depois de um adiamento por prazo indeterminado nos Estados Unidos.
"Peço (à Comissão, aos Estados e ao Parlamento) que levem em consideração o problema de equidade que representa a decisão dos Estados Unidos e (...) contemplar um adiamento da entrada em vigor da (diretriz) CRD IV para 1 de janeiro de 2014", escreveu o presidente da Federação Bancária Europeia (EBF), Christian Clausen, em uma mensagem enviada a Barnier.
As três instâncias negociam atualmente o conteúdo definitivo da diretriz CRD IV, que retoma o marco Basileia III.
O calendário geral fixado pelo Comitê da Basileia prevê uma entrada em vigor progressiva a partir de 1 de janeiro de 2013, em teoria válida para o conjunto dos bancos dos grandes países do mundo.
"Solicito que estudem a possibilidade de um enfoque similar ao dos Estados Unidos, que integra implicações práticas da aplicação das novas regras e fixa um calendário realista de entrada em vigor para os bancos europeus", completa Clausen.
As autoridades de supervisão americanas anunciaram em 9 de novembro o adiamento 'sine die' do calendário de aplicação do Basileia III.
Para justificar a decisão, o Federal Reserve (Fed, banco central americano) destacou a "preocupação" de "vários" estabelecimentos bancários sobre a rígida aplicação de um novo marco regulador a partir do início de 2013, como previsto inicialmente, quando não estariam suficientemente preparadas.
"Estamos muito preocupados com as possíveis repercussões que a última declaração das autoridades americanas podem ter sobre a competitividade dos bancos europeus", escreve Clausen.
Os bancos europeus devem ser submetidos em breve a novas obrigações em termos de fundos próprios, de liquidez e de efeito alavanca, os bancos americanos "não estarão submetidos a obrigações equivalentes" ao mesmo tempo ou em um futuro próximo, recorda o presidente da EBF.