Economia

Bancos emprestaram mais de R$ 1,1 trilhão durante a pandemia, diz Febraban

Apesar do volume de recursos, diversos setores da sociedade reclamam que ainda assim está difícil obter crédito

Dinheiro (Gabriel Vergani / EyeEm/Getty Images)

Dinheiro (Gabriel Vergani / EyeEm/Getty Images)

AO

Agência O Globo

Publicado em 29 de junho de 2020 às 09h39.

Última atualização em 29 de junho de 2020 às 09h43.

A demanda por crédito em virtude da crise gerada pela pandemia do novo coronavírus fez com que mais de R$ 1,1 trilhão já fossem repassados pelos bancos, em empréstimos, para as famílias e empresários brasileiros. Os dados são da Febraban, federação dos grandes brancos brasileiros, e incluem novas contratações, renovações e suspensão de parcelas, até o dia 19 de junho.

Durante a pandemia, diversos setores da sociedade reclamaram que ainda assim está difícil obter crédito. Apesar de ações do Ministério da Economia e do Banco Central terem como intuito facilitarem a vida dos agentes econômico, a dificuldade no acesso é um dos gargalos até o momento. Os bancos, por sua vez, alegam que falta flexibilidade do governo federal para que o recurso chegue na ponta.

"Como temos dito, esta crise não teve sua origem nos setores financeiro e bancário, mas temos e vamos continuar contribuindo efetivamente para atenuar os severos e negativos impactos sobre as empresas e famílias. Desde o início de março, os bancos já concederam mais de R$ 1,1 trilhão em crédito, incluindo recursos novos, renovações e carência de parcelas e, mais do que isso, temos concedido créditos com taxas de juros e spreads menores do que os patamares que vigoravam antes do início da crise", explica Isaac Sidney, presidente da Febraban.

Ao todo, o setor já renegociou 11,3 milhões de contratos com operações em dia, que têm um saldo devedor total de R$ 666,4 bilhões. A soma das parcelas suspensas totaliza R$ 80,9 bilhões.

Esses valores trazem alívio financeiro imediato para empresas e consumidores, que passaram a ter uma carência entre 60 a 180 dias para pagar suas prestações, sendo que a maioria dos agentes beneficiados com prorrogação de parcelas é representada por pequenas empresas e pessoas físicas.

Recentemente, o governo lançou oficialmente nesta quarta-feira o Pronampe, programa de crédito para micro e pequenas empresas.

A ideia é incentivar que bancos emprestem a microempresas (que faturam até R$ 360 mil por ano) e empresas de pequeno porte (com receita anual entre R$ 360 mil e R$ 4,8 milhões). Na prática, os recursos federais servirão para bancar as operações, em caso de calote.

Pelas regras do Pronampe, programa lançado na última semana pelo governo, empresas poderão tomar emprestado até 30% da receita bruta registrada em 2019. Assim, se o faturamento no ano passado foi de R$ 300 mil, por exemplo, o empréstimo poderá ser de R$ 100 mil.

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