Economia

Banco Mundial reduz previsão de crescimento global para 2019

O recuo foi causado por tensões comerciais, preocupações nos mercados financeiros e uma desaceleração mais acentuada do que a esperada

Euro: o Banco Mundial cortou a previsão de crescimento da zona do euro para 1,2% (Antonio Bronic/Reuters)

Euro: o Banco Mundial cortou a previsão de crescimento da zona do euro para 1,2% (Antonio Bronic/Reuters)

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AFP

Publicado em 4 de junho de 2019 às 20h20.

O Banco Mundial reduziu, nesta terça (4), a previsão de crescimento para a economia global em 2019, devido a tensões comerciais, preocupações nos mercados financeiros e uma desaceleração mais acentuada do que a esperada em várias economias avançadas.

A instituição espera uma recuperação modesta nos próximos dois anos, de acordo com os dados de suas previsões semestrais, que contam com uma melhora no panorama global.

De acordo com as projeções da instituição, o crescimento mundial deverá desacelerar para 2,6% neste ano, 0,3 ponto abaixo do projetado em janeiro, para atingir 2,7% em 2020, patamar também 0,1 ponto abaixo do calculado pela instituição em seu relatório publicado no início deste ano.

A instituição espera que o crescimento na América Latina e no Caribe, com exceção da Venezuela, seja de 1,7% em 2019, um recuo frente à projeção de expansão de 2,1% feita em janeiro.

O Banco Mundial manteve inalteradas as projeções de crescimento para os Estados Unidos, de 2,5% este ano, mas reduziu drasticamente o crescimento da zona do euro, para 1,2%, uma redução de 0,4 ponto.

O crescimento global poderá ser ainda mais prejudicado, uma vez que essas previsões foram feitas antes do anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, de impor tarifas sobre as importações do México.

Essas novas previsões também são mais pessimistas do que as apresentadas pelo Fundo Monetário Internacional em seu último relatório sobre a economia mundial publicado em abril, no qual alertou sobre a desaceleração e os temores sobre o futuro do comércio.c

David Malpass, o novo presidente do Banco Mundial e ex-delegado do governo Trump nas negociações comerciais com a China, disse a jornalistas que o crescimento é "frágil" e que as perspectivas ameaçam a luta contra a pobreza no mundo.

"Atualmente, o ímpeto econômico permanece fraco, enquanto altos níveis de endividamento e baixo crescimento do investimento em economias em desenvolvimento estão impedindo os países de alcançar seu potencial", disse Malpass.

"Condições complicadas" na América Latina

Segundo o Banco, a redução do crescimento na América Latina "reflete as condições complicadas enfrentadas por várias das grandes economias da região".

Para o Brasil, o Banco Mundial destacou a melhora no mercado de trabalho e nas condições de crédito, mas disse que os indicadores de atividade econômica continuam fracos, com expansão de 1,5%, um corte de 0,7 ponto.

Com relação ao México, a entidade prevê expansão de 1,7%, 0,3 ponto a menos do que o previsto em janeiro.

A Argentina, por sua vez, ainda está em recessão, com uma contração prevista de 1,2%, embora este valor seja 0,5 ponto a mais do que o previsto em janeiro.

Em contraste com este cenário, destaca as projeções para a Colômbia, onde a instituição espera uma "expansão sólida" de 3,5%.

Devido à falta de dados, o Banco Mundial informou ter parado de emitir projeções sobre a Venezuela, que vive uma profunda crise política, econômica e institucional.

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