Economia

Banco Mundial prevê recessão de 2,56% para Brasil em 2015

Com essas previsões, o PIB do Brasil terá o segundo pior desempenho da América Latina, apenas atrás da Venezuela


	Sede do Banco Mundial: instituição diz que há uma "elevada incerteza em torno dessas projeções" para a economia latino-americana
 (Win McNamee/Getty Images)

Sede do Banco Mundial: instituição diz que há uma "elevada incerteza em torno dessas projeções" para a economia latino-americana (Win McNamee/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 6 de outubro de 2015 às 20h14.

São Paulo - A economia brasileira deverá ter recessão de 2,56% em 2015 e de 0,61% em 2016, estima o Banco Mundial, em relatório publicado nesta terça-feira, 6, com projeções para a América Latina.

Com essas previsões, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil terá o segundo pior desempenho da região, atrás apenas da Venezuela, que deverá registrar retração de 7,37% e 3,75%.

Para a América Latina e a região do Caribe, o Banco Mundial espera um crescimento zero neste ano e uma expansão de 1,0% no ano que vem. A instituição diz, no entanto, que há uma "elevada incerteza em torno dessas projeções" para a economia latino-americana.

"Este seria o quinto ano seguido em que a região vem apresentando índices abaixo das expectativas iniciais, o que significa que novos fatores, principalmente internos, estão prolongando os efeitos das condições externas em processo de deterioração, em especial a acentuada desaceleração na China e a queda nos preços das commodities", afirma o banco.

Em 2015, a América Latina caminha para seu quinto ano consecutivo de desaceleração econômica, o que tem começado a ter um impacto negativo no mercado de trabalho, diz Augusto de la Torre, economista-chefe do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe.

"Mais recentemente, estamos observando uma deterioração na qualidade do emprego, na medida em que os trabalhadores assalariados se tornam autônomos e a mão de obra se transfere das grandes empresas para outras menores", disse.

Contudo, ressalta o economista, o que mais se destaca é o fato de que os trabalhadores também estão deixando o mercado de trabalho, uma propensão que é especialmente marcante entre os jovens com baixo nível de escolaridade.

"À medida que eles voltam para casa ou para a escola, sem um salário, a renda das famílias mais pobres poderá ser mais afetada", afirmou.

Segundo o relatório, os melhores desempenhos da América Latina serão vistos no Panamá (+5,90% em 2015 e +6,00% em 2016) e na República Dominicana (+5,00% em 2015 e +4,60% em 2016).

Na América do Sul, os destaques ficam por conta da Bolívia (+4,00% em 2015 e +4,10% em 2016), do Paraguai (+3,90% em 2015 e 4,00% em 2016) e da Colômbia (+2,85% em 2015 e 2,93% em 2016).

Além de Brasil e Venezuela, o Equador também deve ter recessão neste ano e no próximo, com retrações de 0,80% e 1,90%, respectivamente.

A Argentina terá crescimento de 0,67% em 2015 e expansão de 0,90% em 2016. Com a recuperação dos Estados Unidos, o México deve crescer 2,35% neste ano e 2,96% no próximo.

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