Economia

Banco Mundial: juros altos intensificam vulnerabilidade da dívida de países em desenvolvimento

Nações emergentes gastaram um valor recorde de US$ 443,5 bilhões para servir sua dívida pública externa

Sede do Banco Mundial, em Washington, nos Estados Unidos (Per-Anders Pettersson/Getty Images)

Sede do Banco Mundial, em Washington, nos Estados Unidos (Per-Anders Pettersson/Getty Images)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 13 de dezembro de 2023 às 15h49.

Última atualização em 13 de dezembro de 2023 às 16h20.

Novo relatório sobre dívida internacional do Banco Mundial mostra que o aperto monetário intensificou as vulnerabilidades da dívida em todos os países em desenvolvimento, com 18 inadimplências de títulos soberanos em dez nações nos últimos três anos, número superior ao registrado em todas as duas décadas anteriores.

O relatório indica que países em desenvolvimento gastaram um valor recorde de US$ 443,5 bilhões para servir sua dívida pública externa e sua garantia pública em 2022, o que "deslocou recursos escassos de necessidades críticas como a saúde, a educação e o ambiente".

Cerca de 60% dos países de baixo rendimento correm um risco elevado de sobre-endividamento ou já se encontram nele, indica o Banco Mundial.

O documento também analisa que os pagamentos de juros consomem uma parcela cada vez maior das exportações dos países de baixo rendimento e que mais de um terço de sua dívida externa envolve taxas de juro variáveis que podem "subir repentinamente". "O dólar americano mais forte está agravando as dificuldades, tornando ainda mais caro para os países efetuarem pagamentos."

O Banco Mundial alerta ainda que, em 2022, os novos compromissos de empréstimos externos a entidades públicas e com garantia pública nestes países caíram 23% ante 2021, para US$ 371 bilhões o nível mais baixo em uma década.

"Os credores privados se abstiveram em grande parte dos países em desenvolvimento, recebendo mais US$ 185 bilhões em reembolsos de capital do que desembolsaram em empréstimos", a primeira vez desde 2015 que os credores privados receberam mais fundos do que colocaram nos países em desenvolvimento.

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