Japão: o presidente do BoJ, Haruhiko Kuroda, negou que a decisão de ajustar a política de controle da curva de rendimentos represente um aumento de juros (Agence France-Presse/AFP)
Estadão Conteúdo
Publicado em 20 de dezembro de 2022 às 08h47.
Última atualização em 20 de dezembro de 2022 às 08h48.
O Banco do Japão (BoJ) manteve inalteradas, nesta terça-feira, 20, as principais referências que balizam a política monetária no país, mas anunciou uma inesperada mudança na condução do controle da curva de juros (YCC, na sigla em inglês). A surpresa repercutiu nos mercados e levou a cotação do iene a disparar na comparação com o dólar.
Segundo comunicado, após reunião, o banco central japonês deixou a taxa de curto prazo para depósitos em -0,1% e a meta do rendimento do título público local (JGB) de 10 anos em cerca de zero. No entanto, ampliou a banda de variação do juro do JGB de 10 anos do intervalo de -0,25% a +0,25% para o de -0,50% a +0 50%.
O BoJ informou que aumentará "significativamente" o volume de compras de JGB. De acordo com o BC, o objetivo das mudanças é melhorar o funcionamento do mercado e incentivar uma "formação mais tranquila de toda a curva de juros", além de "manter condições financeiras acomodatícias".
A entidade prevê que a economia japonesa continuará a recuperação da crise provocada pela covid-19, embora esteja sob pressão provocada pela escalada dos preços das commodities e desaceleração da economia global. A expectativa é de que a inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) suba ao longo dos próximos meses, mas comece a arrefecer no ano que vem.
O presidente do BoJ, Haruhiko Kuroda, negou que a decisão de ajustar a política de controle da curva de rendimentos represente um aumento de juros. Segundo ele, ainda é "muito cedo" para discutir os detalhes do processo de aperto monetário. Kuroda disse ainda que não há planos para abolir o controle da curva de juros. Pelas estimativas dele, a inflação japonesa caíra abaixo da meta de 2% no próximo ano.
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