Economia

Banco da Inglaterra injeta 60 bilhões de euros no país

Paralelamente, o banco decidiu manter no mínimo histórico de 0,5% as taxas de juros no Reino Unido

Banco central britânico: o risco de injetar mais dinheiro na economia é que, ao potencializar a demanda, poderia subir a inflação (Carl Court/AFP)

Banco central britânico: o risco de injetar mais dinheiro na economia é que, ao potencializar a demanda, poderia subir a inflação (Carl Court/AFP)

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Da Redação

Publicado em 9 de fevereiro de 2012 às 10h26.

Londres - O Banco da Inglaterra aumentou nesta quinta-feira em 50 bilhões de libras (cerca de 60 bilhões de euros) seu programa de compra de ativos para reativar a economia do Reino Unido, até um total de 325 bilhões de libras (ou 388 bilhões de euros).

Paralelamente, o banco decidiu manter no mínimo histórico de 0,5% as taxas de juros no Reino Unido, em uma nova tentativa de incentivar a demanda e a concessão de empréstimos bancários perante o risco de uma nova recessão.

Após sua reunião mensal de dois dias, o Comitê de Política Monetária explicou que decidiu ampliar o programa de estímulo econômico porque, embora a evolução da economia do Reino Unido tenha melhorado, 'se mantém a preocupação' pelos níveis de dívida na eurozona, principal mercado exportador do país.

O setor empresarial aprovou a medida ao avaliar que 'aumentará a confiança' na economia britânica.

A última vez que o banco aumentou a dotação de seu programa de compra de ativos, conhecido como de 'alívio quantitativo', foi em outubro, quando acrescentou 75 bilhões de libras (90 bilhões de euros) até o total de 275 bilhões (328 bilhões de euros).

No programa de 'alívio quantitativo', introduzido em 2009, o Banco da Inglaterra emite eletronicamente o dinheiro que utiliza para comprar ativos financeiros principalmente públicos, como bônus do Estado, ou privados, a fim de injetar dinheiro na economia.


A compra desses ativos a bancos e seguradoras permite aumentar as reservas destas entidades, o que deveria incentivar a concessão de créditos às empresas, algo que até agora não foi possível com a redução dos juros a seu mínimo histórico.

O risco de injetar mais dinheiro na economia é que, ao potencializar a demanda, poderia subir a inflação, que atualmente se situa no Reino Unido em 4,2%, muito acima do objetivo oficial de 2%.

No entanto, o Banco da Inglaterra trabalha sobre a base de que a inflação se reduzirá a médio prazo e com o tempo cairá abaixo dessa porcentagem.

Os analistas aumentaram suas advertências sobre uma possível segunda recessão em 2011 no Reino Unido - após a primeira de 2008 - perante os dados que apontam uma estagnação do crescimento.

O Produto Interno Bruto (PIB) britânico cresceu apenas 0,2% no último trimestre de 2011, o que faz temer um retrocesso nos próximos meses.

No entanto, algumas estatísticas divulgadas nesta quinta-feira, como o aumento de 0,8% da produção manufatureira do país nos últimos três meses do ano passado, assim como uma redução de 60% no déficit da balança comercial em novembro, dão razões para o otimismo. 

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