Economia

Banco Central volta a intervir diante de forte queda do real

Na sexta-feira o real fechou com uma desvalorização de 2,6% e com o dólar cotado a 3,859 para a venda, seu maior valor desde outubro de 2002


	Sede do Banco Central em Brasília: o dólar também ganhou terreno no Brasil, segundo analistas, pela crise política do país, com a presidente, Dilma Rousseff, com um índice de desaprovação recorde e com dificuldades de lidar com o Congresso
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Sede do Banco Central em Brasília: o dólar também ganhou terreno no Brasil, segundo analistas, pela crise política do país, com a presidente, Dilma Rousseff, com um índice de desaprovação recorde e com dificuldades de lidar com o Congresso (REUTERS/Ueslei Marcelino)

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Da Redação

Publicado em 8 de setembro de 2015 às 14h23.

Rio de Janeiro - O Banco Central brasileiro anunciou uma intervenção de venda direta nesta terça-feira de até US$ 3 bilhões no mercado para conter a forte desvalorização do real, que na semana passada chegou a mais baixa cotação desde outubro de 2002.

O anúncio permitiu que o dólar abrisse em queda de 1,6% hoje, vendido a R$ 3,797.

Na sexta-feira o real fechou com uma desvalorização de 2,6% e com o dólar cotado a 3,859 para a venda, seu maior valor desde outubro de 2002, quando os mercados estavam assustados com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva à presidência, então considerado pelos investidores como um esquerdista radical.

Até semana passada o real acumulava só neste ano mais de 45% de desvalorização, pressionado principalmente pelo temor de que os Estados Unidos antecipem a alta das taxas de juros e pela desaceleração na China, a segunda maior economia mundial.

O dólar também ganhou terreno no Brasil, segundo analistas, pela crise política do país, com a presidente, Dilma Rousseff, com um índice de desaprovação recorde e com dificuldades de lidar com o Congresso, além de pelo escândalo de corrupção na Petrobras, que atingiu as maiores construtoras nacionais e meia centena de políticos.

A crise econômica do Brasil também favoreceu a queda do real. As projeções indicam que, no meio de uma recessão técnica e de um déficit recorde nas contas públicas, sofrerá em 2015 sua maior contração dos últimos 25 anos (2,44%) e a inflação mais elevada desde 2003 (9,29%).

Para evitar que a moeda brasileira continue a perder valor, o que pressiona a inflação, o BC anunciou que utilizará hoje até US$ 3 bilhões de suas reservas internacionais para vender moeda americana em papéis que voltará a comprar em novembro.

O BC não realizava este tipo de intervenção no mercado desde dezembro do ano passado, quando vendeu US$ 2 bilhões.

O objetivo é oferecer dólares a bancos e empresas que enfrentam dificuldades para obtê-los no Brasil, o que pressiona ainda mais a desvalorização do real.

Além desta oferta excepcional ao mercado, o Banco Central faz periodicamente operações em que oferece contratos de dólar futuro, sem comprometer as reservas, para satisfazer a necessidade do mercado pela moeda americana e conter a queda do real.

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