BC: também revisou a projeção de crescimento de 2021 de 3,9% no relatório divulgado em setembro para 3,8% no desta quinta-feira (Cris Faga/Getty Images)
Agência O Globo
Publicado em 17 de dezembro de 2020 às 09h32.
O Banco Central (BC) revisou suas expectativas para a atividade econômica em 2020 e agora prevê uma redução de 4,4% do PIB brasileiro em 2020. Em setembro, a autarquia esperava uma queda de 5%. Os números constam no Relatório Trimestral de Inflação divulgado nesta quinta-feira.
O BC também revisou a projeção de crescimento de 2021 de 3,9% no relatório divulgado em setembro para 3,8% no desta quinta-feira. Essa recuperação é condicionada, segundo o BC, a uma continuidade da agenda reformas e nos "ajustes necessários" na economia brasileira.
Já as projeções de inflação subiram entre setembro e dezembro. No último relatório, o BC esperava que a inflação ficasse em 2,1% em 2020, número que foi revisado para 4,3%. Esse aumento se deve, principalmente aos índices maiores registrados nos últimos meses do ano que refletem um aumento do preço dos alimentos.
De acordo com o BC, a revisão para melhor das projeções de atividade econômica foram influenciados pela "forte recuperação" mostrada no terceiro trimestre, quando o PIB subiu 7,7% na comparação com o trimestre anterior.
A recuperação ainda é desigual entre os setores, com uma alta no consumo de bens e um setor de serviços ainda deprimido, pois é o mais afetado pela necessidade de distanciamento social. Para o futuro, o cenário ainda é incerto.
"Prospectivamente, a incerteza sobreo ritmo de crescimento da economia permaneceacima da usual, sobretudo para o período a partirdo final deste ano, concomitantemente ao esperadoarrefecimento dos efeitos dos auxílios emergenciais", diz o relatório.
A nova previsão de queda está mais em linha com a expectativa do Ministério da Economia, que
projeta um encolhimento de 4,5% na economia este ano e com o mercado, que, segundo o relatório Focus, espera uma queda de 4,41% no PIB em 2020.
No relatório, o BC ainda ressalta que apesar da recuperação considerada forte no terceiro trimestre, já há registro da uma "acomodação" da recuperação, com o início da redução das medidas do governo de enfrentamento à pandemia. O resultado do IBC-Br de outubro, uma espécie de prévia do PIB, já apontava para uma desaceleração com um
crescimento de 0,86% em relação ao mês anterior.
" Por outro lado, permanece o otimismo do empresário industrial e aumentam os sinais recentes de recuperação do mercado de trabalho".