Economia

Banco Central alemão vê economia à beira de recessão com inflação de dois dígitos

Com a taxa da inflação em dois dígitos e a incerteza do fornecimento da energia, a projeção é que a produção econômica caia no inverno

Sobre a inflação, especialistas do Bundesbank destacam que o índice harmonizado de preços ao consumidor (HCPI, na sigla em inglês) deverá se manter com dois dígitos nos próximos meses (Sean Gallup/Getty Images)

Sobre a inflação, especialistas do Bundesbank destacam que o índice harmonizado de preços ao consumidor (HCPI, na sigla em inglês) deverá se manter com dois dígitos nos próximos meses (Sean Gallup/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de outubro de 2022 às 17h12.

Última atualização em 21 de outubro de 2022 às 17h33.

O último relatório mensal do Bundesbank (o banco central alemão) publicado hoje, indica que a economia da Alemanha provavelmente está à beira da recessão. Com a taxa da inflação em dois dígitos e a incerteza do fornecimento da energia, a projeção é que a produção econômica caia no inverno e que a diminuição do poder de compra e do consumo tenha um impacto nos serviços ao consumidor.

"Em particular, a situação do fornecimento de gás será tensa nos próximos meses devido à falta de oferta russa", indicam os especialistas. "No entanto, as medidas recém-anunciadas pelo governo federal para conter os altos preços do gás e da eletricidade podem neutralizar a crise".

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As medidas indicadas dizem respeito a um possível teto nos preços da eletricidade para residências e indústrias para aliviar o impacto do aumento dos custos de energia, e à decisão do chanceler Olaf Scholz de possivelmente manter as três usinas nucleares restantes do país em funcionamento até meados de abril.

Sobre a inflação, especialistas do Bundesbank destacam que o índice harmonizado de preços ao consumidor (HCPI, na sigla em inglês) deverá se manter com dois dígitos nos próximos meses. Em setembro, a alta foi de 10,9%, mais de 2 pontos percentuais a mais que a de agosto, de 8,8%.

Os altos valores devem seguir mesmo com novos alívios, como a redução da taxa do imposto sobre valor agregado sobre o gás e o aquecimento urbano a partir de outubro. "A perspectiva do adiantamento do gás pelo Estado em dezembro de 2022 não terá necessariamente impacto na taxa de inflação. Isso depende de como o subsídio estatal chega às famílias e, portanto, de como isso se reflete na medição oficial de preços", pondera.

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