Comércio global_exportações (anucha sirivisansuwan/Getty Images)
Reuters
Publicado em 2 de dezembro de 2019 às 15h20.
Última atualização em 2 de dezembro de 2019 às 16h04.
Brasília — A balança comercial brasileira registrou superávit de 3,428 bilhões de dólares em novembro, o mais fraco para o mês desde 2015 (+1,177 bilhão de dólares), informou o Ministério da Economia nesta segunda-feira. Resultado é marcado pela retração de dois dígitos tanto nas exportações quanto nas importações, aponta o órgão.
O dado, contudo, veio acima da expectativa de um saldo positivo de 3,365 bilhões de dólares, conforme pesquisa da Reuters com analistas. No mês, as exportações caíram 16,0% pela média diária frente igual mês do ano passado, totalizando 17,596 bilhões de dólares. As importações registraram igual queda na mesma base de comparação, somando 14,169 bilhões de dólares.
Em nota, o Ministério da Economia destacou que a queda nas exportações ocorreu principalmente pelo recuo nas vendas de plataforma de petróleo (-1,6 bilhão de dólares) e petróleo em bruto (-961 milhões de dólares), este último por uma diminuição tanto nas cotações quanto no volume embarcado.
Na quinta-feira passada, a secretaria de Comércio Executivo ajustou os dados contabilizados das exportações brasileiras no acumulado das quatro primeiras semanas de novembro, o que fez com que o saldo das trocas comerciais para o período passasse a um superávit de 2,7 bilhões de dólares, ante déficit de 1,099 bilhão de dólares apontado antes.
O ministério justificou que "foram detectadas inconsistências relacionadas à transmissão e à recepção dos dados para processamento das estatísticas de comércio exterior".
A pasta informou ainda que técnicos se debruçavam sobre os dados de outubro, quando o superávit da balança foi de 1,206 bilhão de dólares, dado mais fraco para o mês em cinco anos, impactado por uma queda acentuada nas exportações.
No acumulado dos onze meses do ano, a balança comercial ficou positiva em 41,079 bilhões de dólares, queda de 21,1% sobre igual etapa do ano passado. Este também foi o desempenho mais fraco para o período desde 2015 (+13,3 bilhões de dólares).
Em outubro, o Ministério da Economia havia cortado sua previsão para o superávit comercial do Brasil neste ano a 41,8 bilhões de dólares, ante 56,7 bilhões de dólares antes, em meio ao cenário de desaceleração do crescimento econômico no mundo, que considera as tensões comerciais entre Estados Unidos e China e também a queda nas exportações para a Argentina diante da crise econômica no país vizinho.Para além dessa questão, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse nesta segunda-feira que irá retomar imediatamente tarifas norte-americanas sobre importações de aço e alumínio do Brasil e da Argentina, em meio ao enfraquecimento das moedas dos dois países, o que torna as exportações dos produtos sul-americanos mais competitivas.
Em nota divulgada nesta tarde, o Itamaraty e os ministérios da Economia e da Agricultura afirmaram que já estão em contato com interlocutores em Washington sobre o tema.
"O governo trabalhará para defender o interesse comercial brasileiro e assegurar a fluidez do comércio com os EUA, com vistas a ampliar o intercâmbio comercial e aprofundar o relacionamento bilateral, em benefício de ambos os países", afirmaram.