A balança comercial do Brasil em 2023 registrou superávit de US$ 98,8 bilhões (TCP/Divulgação)
Editor de Macroeconomia
Publicado em 5 de janeiro de 2024 às 15h00.
Última atualização em 5 de janeiro de 2024 às 15h44.
A balança comercial do Brasil em 2023 registrou um superávit de US$ 98,8 bilhões, o maior número já registrado na série histórica, que começou em 1989. Em dezembro, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o saldo positivo foi de US$ 9,36 bilhões — US$ 28,8 bilhões em exportações e US$ 19,47 bilhões em importações.
O número ficou acima das expectativas do governo, que projetava um saldo de US$ 93 bilhões. Confirma-se, assim, um crescimento de mais de 60% no saldo comercial na relação com 2022, de US$ 61,5 bilhões.
De acordo com o MDIC, os valores de exportações bateram recorde em 2023, com US$ 339,7 bilhões, crescendo 1,7% em relação ao ano anterior e superou o recorde de US$ 334,1 bilhões de 2022.
No caso das importações, houve queda de 11,7% em relação ao ano anterior: de US$ 272,6 bilhões em 2022 para US$ 240,8 bilhões em 2023. No total, a corrente de comércio, a soma entre importações e exportações, foi de US$ 580,5 bilhões — 4,3% em relação ao ano anterior, quando somou US$ 606,7 bilhões. Ainda assim, trata-se da segunda maior corrente de comércio da série histórica.
Para 2024, o governo estima que o saldo comercial seja de US$ 94 bilhões — 4,5% menos do que no ano passado.
Como mostrou a EXAME, o resultado do ano passado deve inaugurar um novo momento estrutural do saldo comercial brasileiro. Nas contas do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME), esse saldo anual deve ter valores próximos de US$ 100 bilhões também em 2024 e 2025.
Para este ano, com a queda da produção de commodities agrícolas, o banco estima uma redução do saldo da balança comercial para US$ 87 bilhões — ainda assim, o segundo melhor resultado da série histórica. Em 2025, com a recuperação da produção de grãos e o crescimento da produção de petróleo, os analistas projetam a possibilidade de um saldo de balança comercial perto de US$ 100 bilhões
"O nível da balança comercial nos próximos anos será estruturalmente mais elevado do que o observado até 2022 em função do significativo crescimento da produção de petróleo e do aumento da produtividade no setor agropecuário", pontuam os analistas do BTG.
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