Economia

Balança comercial será positiva neste ano, prevê Monteiro

No acumulado do ano, a balança ficou no vermelho em US$ 6,012 bilhões, pior resultado da série iniciada em 1995


	Armando Monteiro: ministro voltou a descartar livre comércio no setor automotivo entre Brasil e México
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Armando Monteiro: ministro voltou a descartar livre comércio no setor automotivo entre Brasil e México (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 2 de março de 2015 às 17h03.

Rio - Apesar do déficit histórico apurado na balança comercial de fevereiro, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, garantiu que o Brasil fechará o ano de 2015 com saldo positivo.

O MDIC divulgou nesta segunda-feira, 2, um déficit de US$ 2,842 bilhões para a balança comercial de fevereiro.

No acumulado do ano, a balança ficou no vermelho em US$ 6,012 bilhões, pior resultado da série iniciada em 1995.

Em entrevista após participar de uma palestra na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), Monteiro atribuiu o fraco desempenho da balança no mês passado ao atraso nos embarques da soja e ao impacto da queda de preços de algumas commodities, como o minério de ferro.

"Reafirmo que vamos ter uma balança positiva este ano. Há elementos para acreditar nisso", disse, sem arriscar um valor para o superávit comercial em 2015.

A aposta de Monteiro está calcada em um câmbio mais favorável à exportação, mudanças na política comercial, retomada do comércio com os Estados Unidos e um volume alto de embarques de soja, apesar dos atrasos em fevereiro.

Outro ponto importante na conta de Monteiro é a perspectiva de redução do déficit da chamada "conta petróleo".

Em 2013 e 2014, a importação de combustíveis superior à exportação gerou um déficit de US$ 36 bilhões ao país, que tende a se reduzir com a queda no preço internacional do barril de petróleo.

México

Monteiro voltou a descartar o livre comércio no setor automotivo entre Brasil e México.

Segundo o ministro ainda há expectativa de que seja fechado um acordo, mas isso dependerá de o México rever posições e aceitar a manutenção e eventual redução do sistema de cotas de exportação, a redefinição da regra de origem para autopeças e critérios de distribuição das próprias cotas.

"Dadas as condições do mercado automotivo brasileiro e das condições de que o México dispõe evidentemente ainda não há condições de se pensar em livre comércio", disse.

O acordo automotivo em vigor entre os dois países vence em 18 de março e previa a adoção do livre comércio após essa data.

Desonerações

Primeiros beneficiários das desonerações da folha de pagamento no governo PT, os setores calçadista, moveleiro, de vestuário e têxtil deverão perder mais com o aumento das alíquotas de contribuição previdenciária sobre o faturamento, anunciadas pelo Ministério da Fazenda na última sexta-feira, admitiu Monteiro.

O grupo reúne setores intensivos em mão de obra e mais expostos à concorrência de importados.

Apesar do cenário, Monteiro destacou que esses setores continuam enquadrados na menor alíquota (2,5%) e também podem optar por migrar para o sistema anterior de tributação.

Pelos estudos do MDIC a maioria das empresas enquadradas na desoneração ainda terão ganhos, mesmo com a recalibragem das alíquotas, afirmou o ministro.

"Há setores que serão mais afetados que outros e terão a alternativa de migrar para o formato anterior. Além disso, é preciso lembrar aos setores mais expostos à competição com importados que o câmbio atual, no patamar em que está, oferece também uma certa proteção na medida em que o produto importado ficou mais caro", destacou.

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