Economia

Baixa do IPI de carros ainda ajudará IPC-S, prevê FGV

Na primeira leitura do mês, os preços dos automóveis novos e usados diminuíram o ritmo de queda, e ficaram em -3,20%

No total, 808.059 carros foram emplacados durante o ano passado
 (Miguel Riopa/AFP)

No total, 808.059 carros foram emplacados durante o ano passado (Miguel Riopa/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de julho de 2012 às 18h58.

São Paulo - A maior parte do efeito da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos já foi refletida no Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) e o atual momento é de diminuição deste impacto na inflação. A afirmação é do economista André Braz, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), ao avaliar a inflação medida pelo indicador, que atingiu 0,19% na primeira quadrissemana de julho, após elevação de 0,11% no fechamento de junho.

Na primeira leitura do mês, os preços dos automóveis novos e usados diminuíram o ritmo de queda, e ficaram em -3,20% (ante -3,96%) e -2,56% (ante -2,74%), respectivamente, na primeira quadrissemana de julho, o que levou à deflação de 0,54% no grupo Transportes.

Mesmo com a perda de fôlego, Braz ainda acredita em taxas negativas no item veículos, mas com menor força, no decorrer de julho. "Até agosto, as variações também podem ser menores. As fábricas também estão dando descontos. Se elas mantiverem ou ampliarem esse desconto durante a vigência do IPI reduzido, taxas negativas podem durar mais tempo no IPC", explicou.

Outra contribuição negativa para o grupo Transportes na primeira medição do mês veio da gasolina. Os preços do etanol tiveram queda de 1,40% (de -1,26%), enquanto os da gasolina cederam 0,45%, de recuo de 0,39% na leitura passada. Já os preços das tarifas de ônibus subiram 2,00% no começo de julho, depois da alta de 1,94%. A leve aceleração, segundo Braz, foi motivada pelo aumento de 20% na passagem do transporte urbano em Salvador. Ele, contudo, ressalta, que o efeito irá perder força nas próximas leituras do IPC-S, já que o reajuste aconteceu em junho.

Já a cobrança do IPI para o setor de tabacos, que pressionou fortemente a inflação a partir de abril, praticamente já foi diluída, o que deve deixar o grupo Despesas Pessoais estável, na avaliação do economista da FGV. Na primeira quadrissemana de julho, o grupo teve uma alta de apenas 0,01%, ante variação zero. "Os preços dos cigarros subiram em torno de 20% em 2012, mas o impacto já foi captado", disse.

Acompanhe tudo sobre:ImpostosIncentivos fiscaisInflaçãoIPILeão

Mais de Economia

Pacheco afirma que corte de gastos será discutido logo após Reforma Tributária

Haddad: reação do governo aos comentários do CEO global do Carrefour é “justificada”

Contas externas têm saldo negativo de US$ 5,88 bilhões em outubro

Mais energia nuclear para garantir a transição energética