Economia

Avançam negociações para suspensão do embargo à carne

Em decorrência da suspeita de contaminação da carne brasileira pela doença da vaca louca, seis países suspenderam importações de carne bovina


	Mercado de carnes em Moscou: na avaliação dos negociadores, houve “grandes avanços de entendimento nas instâncias técnicas”
 (Natalia Kolesnikova/AFP)

Mercado de carnes em Moscou: na avaliação dos negociadores, houve “grandes avanços de entendimento nas instâncias técnicas” (Natalia Kolesnikova/AFP)

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Da Redação

Publicado em 19 de dezembro de 2012 às 14h46.

Brasília – Técnicos brasileiros acreditam ter afastado a suspeita de que houve um caso de doença da vaca louca no país. Eles estão em Genebra, Suíça, onde participaram de reunião hoje (19), pela manhã, na sede da Organização Mundial do Comércio (OMC). Os técnicos prestaram informações detalhadas à diplomatas de 25 países. O secretário de Defesa Agropecuária, Ênio Marques, que lidera a missão brasileira, disse que os representantes dos Estados Unidos, da Rússia, China, Indonésia, Austrália, do Japão e da Coréia do Sul sinalizaram positivamente às declarações do Brasil.

Em decorrência da suspeita de contaminação da carne brasileira pela doença da vaca louca (encefelopatia espongiforme bovina - EEB), seis países suspenderam importações de carne bovina. O embargo ao produto brasileiro foi anunciado pelos governos do Japão, da China, África do Sul, do Egito, da Arábia Saudita e Coréia do Sul. Ênio Marques assegurou às representações diplomáticas que a política brasileira é atender às exigências internacionais de saúde animal.

Os técnicos que acompanham o secretário confirmaram a presença da proteína causadora da doença, encontrada em uma fêmea que morreu em 2010, no Paraná. A identificação do vírus ocorreu há dois anos e foi considerado caso atípico da vaca louca, isolado, e o animal portador do vírus não desenvolveu a doença. Os técnicos garantiram que “o sistema brasileiro responde ao desafio que esta questão sanitária exige”. Ainda segundo relatos do grupo, a receptividade dos diplomatas “foi positiva”.

Para evitar que a restrição às importações de carne se estenda a outros parceiros comerciais, como a União Européia, além dos esclarecimentos na OMC, técnicos agrícolas e diplomatas mantêm contato com representantes das principais organizações envolvidas com saúde animal e órgãos reguladores dos países importadores. Segundo o Ministério da Agricultura, o governo tem disponibilizado toda a documentação relativa ao caso.

Na avaliação dos negociadores, houve “grandes avanços de entendimento nas instâncias técnicas”. Agora o governo aguarda que a convicção sobre a segurança do produto brasileiro seja mantida pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, sigla em inglês) e os países importadores da carne bovina suspendam o embargo.

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